Luanda  - Victor Hugo Mendes (VHM) está a correr muito. Não se justifica, a nosso ver, essa pressa em lançar livros. Totalizando, em quase cinco anos, lançou três. As professoras Maria Helena Miguel e Antónia Alves, idem. Ora, assim sendo, resta perguntar e exigir uma resposta convincente: Conhecimento ou dinheiro?!

Fonte:  União Tolerância Linguística (UTL)

Há, ainda, o professor José Carlos de Almeida (na foto), autor dos livros “Ensaboado & Enxaguado – Língua Portuguesa & Etiqueta” e “Amor ao Próximo – Língua Portuguesa e Educação”, que está a preparar o seu terceiro. O título do seu terceiro livro, segundo apuramos, é “Teoria de Leituras”. “Ele sim 'mazé tá a bater corrida'”, diz um dos nossos leitores. Outro Leitor, por sua vez, diz «Ele e o VHM estão a se desafiar!».

Quanto ao professor José Carlos de Almeida, ressalvamos, não nos conhecemos pessoalmente, não temos algum problema que não seja o de criticar o livro dele. O livro dele está "cheio" de desvios - o que, na verdade, ele até deveria ter vergonha... É jurista, mas não sabemos se fez Português onde, para publicar aquela gota no oceano e, consequentemente, sem arranjos de um linguista - ou seja - alguém formado na área.

CUIDADO COM OS TEXTOS SOBRE GRAMÁTICA

Já por diversas vezes, neste espaço, defendemos, sem rodeios, as mudanças de que o ensino da língua de Camões precisa.

É difícil, para nós, entender certos "estudiosos" da língua, se é que assim podemos chamá-los.


Nós já não aguentamos mais ler tanta porcaria, pessoas a copiar dicionários, a reproduzir trechos da Internet como se fossem deles mesmos, muita ignorância, truculência nos comentários, etc.


Nem nos atrevemos a perguntar se alguns desses já leu, por exemplo, Alexandre Herculado, Camilo Castelo Branco, Ernesto Carneiro Ribeiro, Rui Barbosa, entre tantos outros clássicos. É triste, mas é a nossa realidade, pelo menos em Angola, ‘país do pai banana’. Mas continuemos em nossa árdua e incansável luta, pois como dizia a falecida mãe do extraordinário Prof. David Fares: "Nem todos são atormentados pela inteligência."

Nós temos razão no que expomos e da forma como expomos. Existem, de facto, alguns “autores” que, para "elaborarem" seus "textos" - quase sempre frágeis e pálidos de conteúdo linguístico - valem-se de "textos" inseridos na Internet e de dicionários, ou melhor, de "minidicionários". Há de se indagar desses “autores” se os textos da internet e dos tais "minidicionários" surgiram antes, por exemplo, de "Os Lusíadas", uma vez que pensam tais “autores”, equivocadamente, é claro, que os "minidicionários" e os "textos" copiados da internet denotam autoridade vernácula ou linguística! Quanta ignorância, quanta falta de inteligência! Particularmente, sempre dedicamos a nossos colegas linguistas e a nossos leitores o mais profundo respeito e admiração. Não somos nem nunca pretendemos ser, já o dissemos algures algumas vezes!, os “donos da verdade”, os “senhores da razão”. Entretanto, como estudiosos do idioma e admiradores dos grandes gramáticos descritivos e mestres do vernáculo, não podem jamais discordar de nós, leitores, até por questões profissionais e éticas. Aceitar pacificamente determinados “ensinamentos” e “opiniões” acerca da Língua Portuguesa é simplesmente agredir a inteligência e prestigiar a ignorância. Aliás, a saudosa mãe de um dos membros da UTL também nos ensinou que "a ignorância é sempre atrevida".

OS NOSSOS ''EQUÍVOCOS ''


Algumas das nossas posições, segundo o nosso irmão na língua Shafu, são ''equivocadas''. A nossa forma de correcção é pouco pedagógica. A luta contra o preconceito, para ele, parece ser pretexto para corrigir J.C.A., isso é justificado pelo facto de a UTL apresentar os livros de J.C.A. como sendo as únicas práticas de preconceito linguístico, e nós sabemos que não é assim.

A nossa missão, pelo que fizemos perceber, Shafu, não é apenas manifestar o nosso descontentamento contra a(s) obra(s) de J. C. A. Mas é uma luta contra o preconceito linguístico em si em Angola e, quiçá, no Mundo. Portanto, a luta contra o preconceito não nos parece ser pretexto para corrigir J.C.A. Aliás, existem muitos preconceitos, mas o mais praticado e menos discutido, a nosso ver, é preconceito linguístico, consumado de forma absurda com o lançamento do livro “Ensaboado”.

Aceitar a existência e a importância das variações linguísticas, para nós, é o primeiro passo para combater o preconceito linguístico. O primeiro passo para desfazer o preconceito linguístico é respeitar a existência das variações linguísticas e dos diferentes contextos culturais.

Agradecemos, desde já, este teu humilde parecer, Shafu. Ora, falar bem a LP é uma teoria polémica e um tanto quanto utópica. Portanto, não passa pelos nossos objectivos defender esta ideia. Somos defensores, isso sim, do Português falado em Angola e a sua oficialização / reconhecimento.
Pelo que temos visto, muitos são os órgãos e individualidades que se levantam, preconceituosamente, contra o "Português Angolano". A obra "Ensaboado & Enxaguado..." é um exemplo vivo disso. Daí solicitarmos a sua reedição...
Somos adeptos da "Tolerância / variedade linguística", somos contra o preconceito linguístico.

O "Português Angolano" tem e vai tendo a sua norma. Só precisa ser reconhecida. Nenhuma Língua é estática. No entanto, raramente esse dinamismo cria incompreensões avultadas entre os falantes.
Somos defensores do reconhecimento da autonomia do Português falado em Angola.

É bom não descartamos a verdade, achamos que o senhor em causa, embora com atropelos e preconceitos à língua, tem dado algum pequeno contributo ao ensino do Português.

Publicaremos em livro as nossas refutações contra os "também" livros de J. C. A.

A União Tolerância Linguística (UTL), fundada por Tomás Calomba, Caetano Kambambe, António Ngola, Littera-Lu, Elizandro Felizardo, Benevolência Magno, Bráulio António e José Osvaldo Andrade, é composta por estudantes, estudiosos e professores de português, que procuram compreender, explicar e analisar certos fenómenos linguísticos. A União encara o preconceito linguístico como um meio de exclusão social, enfim, compara a noção de desvio em linguística com a noção de erro gramatical, constrói uma base linguística sobre os "erros" comuns no português angolano, identifica postulados gramaticais infundados, define o que é errado e o que é certo na comunicação.