Luanda - O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em forte baixa a previsão de crescimento de Angola e espera agora uma estagnação durante este ano e uma expansão de 1,5% em 2017, segundo o World Economic Outlook hoje divulgado.

Fonte: Lusa

"Angola está, como a Nigéria e a África do Sul, a adaptar-se à forte queda nas receitas das exportações de petróleo, não deverá crescer este ano e vai ter um débil crescimento no próximo ano", lê-se no relatório divulgado hoje em Washington.

 

No que diz respeito a Angola, o documento revê em forte baixa as previsões de crescimento, já que em maio apontava para um crescimento de 2,5% este ano e uma ligeira aceleração para os 2,7% no próximo ano.

 

Segundo as projeções dos economistas do FMI, Angola deverá, em 2021, registar um nível de crescimento de sensivelmente um terço face à média entre 1998 e 2007, anos em que cresceu 10,3% ao ano, em média.

 

A atualização das previsões de crescimento surge menos de um mês depois de a Economist Intelligence Unit (EIU) ter revisto também em baixa as previsões de crescimento da economia de Angola para este ano, antecipando uma expansão de apenas 0,6%, cerca de metade da estimativa oficial do Governo.

 

"Em agosto, o Governo reviu em baixa a sua previsão de crescimento em 2016, pela segunda vez em pouco mais de um mês, de 3,3% para 1,1%, e em julho já tinha revisto para 1,3%; mas a EIU reviu a sua própria previsão, para apenas 0,6%", escreveram os peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.

 

No `Country Outlook` sobre Angola, enviado há duas semanas aos investidores, a EIU antecipa que no resto desta década o país acelere o crescimento económico para 3,5% em 2018, antes de novo abrandamento para 2,5% em 2020.

 

Devido à quebra das receitas com a exportação do petróleo no primeiro semestre, o Governo apresentou ao parlamento uma proposta de revisão do Orçamento de 2016, cortando a previsão do preço médio do barril de crude exportado em 2016 de 45 para 41 dólares.

 

Com isto, o crescimento da economia desce dos 3,3% iniciais, face a 2015, para 1,1%, e a inflação, devido à crise cambial, dispara de 11 para 38,5%, segundo os cálculos do Executivo.

 

A revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2016 está em análise no parlamento, com votação final agendada para esta sexta-feira, e igualmente em fase final de elaboração, para ser apresentado ao parlamento em outubro, está o OGE de 2017.