Luanda - O Presidente da UNITA afirmou, sábado, 15 de Outubro de 2016, que o governo angolano não está a fazer esforço para acabar com os aspectos que geram desconfiança no processo de registo eleitoral em curso no país.

Fonte: UNITA

O líder da UNITA que falava aos jornalistas, no final de uma jornada de campo pelos bairros Dangereux, Camama, Calemba, Ramiros e Mundial, onde manteve diálogo com os cidadãos e constatou as suas condições de vida, apontou a recolha recorrente de cartões de eleitores por pessoas estranhas ao processo de registo eleitoral, mas ligadas aos círculos do partido no poder e os brigadistas que fogem dos fiscais dos partidos da oposição.

 

“O processo está muito lento, porque não há ainda a confiança necessária nesse processo. Nós estamos a apelar constantemente para que os cidadãos adiram ao processo, mas isso só não chega, porque o cidadão em si também pensa e vê o que está a acontecer”, afirmou.

 

Relativamente às dificuldades que se registam no processo de actualização de dados eleitorais, Isaías Samakuva foi categórico e apontou a desconfiança como sendo o grande problema.

 

“O problema só tem um nome. É desconfiança, e nós [UNITA] vemos que da parte do governo não há esforço para se acabar com aqueles aspectos que criam desconfiança”, constatou Isaías Samakuva.

 

O líder da UNITA sublinhou haver “tendência dos brigadistas fugirem dos fiscais dos partidos na oposição e isto cria desconfiança, é necessário que se faça tudo para que haja abertura, que não existe na sua plenitude no terreno”.

 

A jornada de campo do líder da UNITA começou com a inauguração do comité de zona do Dangereux, visitou em seguida os “Jangos de Mudança”, uma espécie de comités móveis, cuja missão é o recrutamento de novos adeptos do Partido. Ali, o Presidente Samakuva procedeu a entrega de cartões de membros aos novos adeptos que acabavam de formalizar a sua adesão à UNITA e proferiu mensagem de apelo ao registo e à consciencialização dos cidadãos para a mudança de situação difícil que o país atravessa.

 

“Atingimos os objectivos que pretendíamos, vimos os cidadãos, a população, trocamos impressões, vimos que alguns actualizaram os seus dados eleitorais, outros que são muitos, ainda não. Em relação às condições de vida, a opinião geral é de que a situação está mal, há sofrimento e por causa disso, nós constatamos que os cidadãos querem mudar o rumo do país e os governantes”, disse o Presidente Isaías Samakuva, assegurando que o seu partido está a trabalhar no sentido de garantir que a mudança que o país e os angolanos clamam aconteça na tranquilidade e na serenidade e com confiança no futuro melhor.

 

De salientar que a deslocação do mais alto dirigente da UNITA aos bairros Dangereux, Camama, Calemba II, Ramiro e Mundial teve como objectivo contactar com as populações, aferir como é recebida a UNITA e a sua mensagem pelas populações da capital, uma linha em que o Partido vai continuar a apostar, na sequência dos seminários e da reorganização das estruturas levada a cabo.

 

“Nos receberam bem, com entusiasmo, alegria e simpatia”, sublinhou Isaías Samakuva, no termo da sua missão de campo.