Luanda - No seu discurso de segunda-feira, que marcou o arranque de mais um ano legislativo, o Presidente José Eduardo dos Santos fez uma radiografia perfeita sobre aquilo que é o actual estado da Nação Angolana.

Fonte: Jornal de Angola

Um estado que é, como o Presidente teve ocasião de bem sublinhar, marcado por uma conjuntura económica adversa, fruto de um contexto internacional desfavorável para países, como o nosso, que ainda se encontram em vias de desenvolvimento.


Não obstante essa grande contrariedade, o Chefe de Estado teve a oportunidade de enumerar toda uma série de conquistas entretanto feitas e que deixam perceber a existência de condições para que possamos reforçar a convicção de que a crise será superada, com maior ou menor dificuldade.


Para isso, o Executivo aprovou na sua última reunião o Orçamento Geral do Estado para 2017 onde, como era de esperar, a grande parte dos recursos será direccionada para o sector social, aquele que mais de perto toca às pessoas.


Mas, para já e fruto de uma série de medidas atempadamente adoptadas, entre as quais se destaca o processo de diversificação económica, o país consegue já hoje respirar bem melhor do que há um ano atrás.


Neste momento, algumas indústrias que haviam paralisado por falta de matéria-prima já retomaram a sua produção, o que irá ajudar a reempregar alguns trabalhadores e a aumentar a capacidade da oferta nacional para um mercado interno que tenta reajustar-se de acordo com a realidade. Fruto da aposta no aumento da produção nacional, sobretudo de bens alimentares, também é um facto a animadora redução do preço da generalidade dos produtos alimentares que estão incluídos na denominada “cesta básica”.


O futuro imediato deste sector, aliás, está desde já garantido com a continuada chegada ao país de apreciáveis quantidades de sementes e de fertilizantes que deixam antever um ano agrícola excepcionalmente produtivo.


Se juntarmos a isto a confirmação de notícias sobre a chegada em breve ao país dos produtos alimentares que ainda não são produzidos internamente, teremos então criadas as condições para a satisfação das necessidades básicas da população com reflexos na diminuição da inflação e consequente aumento do seu poder de compra.


Tudo isto foi radiografado de forma perfeita pelo Presidente José Eduardo dos Santos no seu discurso sobre o Estado da Nação, o último do seu actual mandato e sobre o qual a oposição reagiu com o azedume que lhe é característico e, também, com a costumada falta de argumentos técnicos que, infelizmente, já são a sua imagem de marca.


É normal que a oposição, no cumprimento do seu papel político, critique o chefe do Executivo. O que já não é normal é que essas críticas, invariavelmente, não sejam acompanhadas não só de argumentos sólidos como, também, de alternativas que possam servir para que todos nós tenhamos uma ideia daquilo que faria se estivesse no poder.


O momento que o país vive, a um ano da realização de eleições, merecia que o debate político fosse feito com mais seriedade, com cada um dos diferentes intervenientes a assumir as suas responsabilidades perante os cidadãos.


Mas não é isso que se passa. Mais uma vez, o Presidente da República encarou a Nação, olhando-a nos olhos, colocando o acento tónico no presente para garantir um futuro melhor.


A oposição, novamente, engoliu em seco e recorreu a frases feitas para mostrar que não está minimamente preparada para assumir as responsabilidades que tem, tanto a nível do Parlamento como na própria disputa política avulsa.


O povo, que vive determinado em tudo fazer para superar a crise, mais uma vez rendeu-se à clarividência do Presidente até porque sente os efeitos positivos das medidas que têm sido tomadas pelo Executivo, e não se revê nos jogos florais com que a oposição os tenta entreter, sendo disso exemplo a “réplica” mal ensaiada por Isaías Samakuva, de quem se exige mais imaginação e força argumentativa.


Na verdade, no actual debate político, tudo se podia resumir no seguinte: enquanto uns falam, parecendo não saber o que dizem, outros trabalham e mostram resultados.


A população, essa, está atenta e não deixará de se manifestar quando no próximo ano for chamada às urnas.