Luanda - Penso que quando se faz réplica a uma mensagem do estado da nação, não se pode fazer só a réplica em relação a um parágrafo ou alguns parágrafos, ou faz-se uma réplica total ou não. Aliás o Dr. Isaías Samakuva não disse réplica a alguns parágrafos da mensagem do estado da nação, mas disse réplica à mensagem do estado da nação.

Fonte: Club-k.net

A questão que levanto, é a seguinte, Porque o Dr. Isaías Samakuva esquivou ou fez uma réplica parcial e não total da mensagem do estado da nação proferido pelo Presidente da República? Será que concorda ou discorda da política externa dos Estados Unidos de América? Qual é o diagnóstico e as propostas que tem para que o mundo se torne um lugar melhor? Qual é a visão do Dr. Isaías Samakuva na qualidade de líder do partido político da oposição com maior representatividade na assembleia Nacional? Será que o diagnóstico feito pelo Presidente da República sobre a política no plano Internacional é irreal ou errada? O mundo actualmente é uma aldeia global, os problemas de outros países afectam directamente ao nosso país, por isso quem deseja ser presidente de um país tem que ter uma visão não só no plano Nacional mas também Internacional.

 

Pois a mensagem de estado da nação proferido pelo Presidente da República Eng. José Eduardo dos Santos foi dividida em duas partes: situação socioeconómica do país e sobre a política, mas a parte política foi subdividida em dois planos: Nacional e Internacional. No plano da política Internacional o Presidente da República disse: "Temos que estudar com maior atenção e profundidade os fenómenos que acontecem no plano internacional para compreender melhor o mundo em que estamos e saber proteger os nossos interesses.

 

Com o fim da Guerra Fria surgiu um mundo unipolar, com os Estados Unidos da América na liderança. Entretanto, com o despontar de várias potências com peso no plano internacional, em especial a Rússia e a China, o mundo tende a tornar-se multipolar. Utilizando a força, os EUA levaram a cabo intervenções em várias partes do mundo para impor os seus próprios valores políticos, com resultados adversos. Acabaram, assim, por gerar mais instabilidade no Médio Oriente, na Ásia e em África, onde não conseguiram nem impor a paz nem desencorajar os movimentos terroristas. Essas políticas foram conduzidas na era do presidente George W. Bush e do presidente Obama, cada um com as suas especificidades e com o beneplácito dos seus aliados.

Que rumo seguirá a política externa americana com o novo presidente que será eleito em Novembro? Qual será reacção da Rússia e de outras potências de desenvolvimento médio? Um mundo mais seguro só pode ser arquitectado na base do diálogo e do entendimento entre estes dois grupos e de uma neutralidade mais activa por parte das Nações Unidas".


Nestes quatro parágrafos da mensagem do estado da nação, o Presidente da República faz um diagnóstico da situação real da política no plano Internacional e dá propostas para que se possa contrapor a situação em que se encontra o mundo e lança um desafio tanto ao futuro Presidente dos EUA e as Nações Unidas para que o diálogo seja a ferramenta indispensável para que se possa contrapor as situações actuais e prevenir as futuras.

 

A omissão do líder da UNITA sobre a política ao nível Internacional levanta muitas questões. Pois as actuais instabilidades que se vive no médio oriente e o surgimento do Estado islâmico é fruto da intervenção Norte Americana no Iraque, Pois está intervenção tinha como único objetivo, varrer tanto Saddam Hussein e seus mais próximos (entourage). Entretanto está vassoura ou está varredura criou o Estado islâmico, pois aquela entourage do Saddam Hussein em jeito de revanche criou o estado islâmico visando reverter o rumo dos acontecimentos. Quer dizer a intervenção dos EUA no Iraque em vez de agregar, desagregou o Iraque e em vez de estruturar, desestruturou o Iraque, pois colocou de fora todos os que trabalharam com o Saddam Hussein. Por isso a inclusão após a queda do Saddam Hussein poderia ser usado para se evitar problemas futuros. E está actuação dos EUA desencadearam os problemas actuais que se vivem naquela região.

 

Temos o problema da Síria onde a oposição pensou que com a aliança dos EUA poderiam varrer ou correr em semanas o Bashar al-Assad, mas cometeram um erro crasso, pois este presidente tinha e tem um aliado de peso que é a Rússia, que é uma potência mundial, hoje temos uma Síria destruída. Aqui a política dos EUA teve um papel fundamental para que a Síria chegasse neste ponto, pois não se pode arrancar alguém do poder e varrer a entourage, daquela forma, pois é uma atitude antidemocrática, aliás a guerra não resolve nenhum problema só cria mais problemas, deste modo tanto o presidente deste país como a entourage visando salvaguardar a vida ripostaram com os meios que tiveram ao alcance. Então a solução passaria por uma inclusão e não uma exclusão dos mesmos.

 

E por último temos o caso da Líbia, onde o Muammar al-Gaddafi (Moammar kadafi), foi varrido pelos EUA com o aval da oposição Líbia e até ao momento a Líbia vive numa instabilidade. Pois as intervenções dos EUA não têm visado unir os povos de um determinado país, mais sim "arrancar" governos que não dançam ou que não dançam bem a música dos EUA e substituí- las por governos que dançam a música dos EUA. Quer dizer, estas intervenções não visam defender os interesses dos países alvos das intervenções, mais para que a hegemonia dos EUA se estenda a todos cantos do mundo. Esta é a política externa dos EUA.

 

As instabilidades que se vivem no Iraque, na Líbia e na Síria têm tido uma influência até no preço do barril do petróleo. E está a desacelerar e a estagnar a economia dos países produtores do petróleo. E Angola como país produtor de Petróleo está sendo afectado. Por isso afirmo que enquanto houver instabilidades nestes países que citei, dificilmente o preço do barril do petróleo pudera voltar a ser cotada aos preços anteriores. Por isso o Presidente da República disse e muito bem o seguinte: "Temos que estudar com maior atenção e profundidade os fenómenos que acontecem no plano internacional para compreender melhor o mundo em que estamos e saber proteger os nossos interesses".


E a atitude de Dr. Isaías Samakuva em não se pronunciar sobre a política no plano Internacional é incompreensível, aliás o Dr. Isaías Samakuva tem falado sobre a mudança, como é que a UNITA à de materializar está mudança? Talvez é apologista das vassouradas que os EUA tem realizado... Pois o silêncio sobre está matéria é ensurdecedor.

 

Será que a UNITA tem moral ou é um exemplo a ter-se em conta quando se coloca a questão de transparência ou da credibilidade da gestão dos dinheiros? A UNITA noutrora tinha posses ou dinheiros, onde andam estes bens ou estas fortunas? Quando virá ao público esclarecer está situação, pois quando se aponta um dedo, tem que se ter consciência que há um dedo que aponta no sentido contrário, quer dizer a UNITA em questão de transparência não tem lições a dar ao governo. Pois até agora nenhum quadro da UNITA veio ao público esclarecer os caminhos que tiveram estas posses que tinha a UNITA no passado, pois estes recursos também são pertences de todo Angolano e o País necessita destes esclarecimentos.


Hoje sou se questiona aqueles que pertencem ao governo em como se tornaram milionários, mas as mesmas correntes não questionam como muitas figuras ligadas a UNITA ou que tiveram ligações a UNITA se transformaram em milionários. Quais são os investimentos que fizeram para se tornarem milionários? Penso que ainda não se materializou os anseios do povo, numa porcentagem que permite que o Angolano viva de forma mais condigna, mais faz-se o caminho caminhando, pois ontem o país tinha uma realidade, hoje tem uma outra realidade.