Lisboa – O BPI vai reunir em assembleia-geral a 23 de Novembro para decidir a venda de dois por cento do Banco de Fomento de Angola (BFA) à Unitel, operação que permite ao banco português libertar-se do excesso de exposição ao mercado bancário angolano, como é, desde 2014, exigência do Banco Central Europeu (BCE).

Fonte: NJ


A data para a assembleia-geral do BPI foi anunciada hoje em convocatória e a reunião de accionistas acontecerá pelas 16:00 de 23 de Novembro, sendo quase certa a anuência da maioria do capital à venda que permitirá à Unitel, de Isabel dos Santos, assumir o controlo do BFA.

 

Recorde-se que este negócio foi imprescindível para que os espanhóis do CaixaBank dessem seguimento à Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada ao BPI, com um preço por acção de 1,134 euros, valor que está, no entanto, a ser contestado pelos pequenos accionistas, que exigem cerca de 2,20 euros para venderam as suas participações, ameaçando, caso seja negada esta pretensão, com processos judiciais.

 

A venda dos dois por cento do BFA, por cerca de 28 milhões de euros, é essencial para que o BPI possa cumprir os requisitos do BCE, diminuindo a exposição a Angola, cujo sistema bancário não cumpre as exigências de supervisão europeias.

 

Com esta transacção, a Unitel passa a deter 50,1 por cento do BFA, mantendo, todavia, o BPI mais de 48 por cento do seu capital.

 

O BFA é o mais importante activo a contribuir para os lucros do BPI, cerca de 80 por cento no último ano, valores que, em teoria, não serão comprometidos, visto que o banco português, em breve espanhol, continuará com acesso a 48 por cento dos lucros do BFA.

 

O Jornal de Negócios recorda que este negócio retira o banco português do controlo accionista e vai manter a influência da administração de Fernando Ulrich no BFA significativamente diminuída, visto que só poderá nomear dois administradores, em vez da maioria deles até aqui.