Luanda  - A República Democrática do Congo, é palco de conflitos e enfrenta uma das piores crises humanitárias do mundo. Apesar de ser rico em diamantes, estanho, cobre e tungstâneo, milhões de congoleses ainda sofrem com a letal combinação de doenças e fome causadas pelo actual conflito, que ocorre no Leste do País e, os obriga a abandonar  suas casas.

 
Fonte: Club-k.net
 
A história do Congo é geralmente ignorada, devido da sua complexidade. É uma história onde fronteiras são porosas e identidades nacionais, não significam muito. Grupos militares que sempre mudam de nome, não são aquem eles alegam ser; países vizinhos saqueiam e matam, enquanto são elogiados pela comunidade internacional; em parte, por causa da maneira como os EUA estão envolvidos no Centro da África.
 
 
 A coisa primária para entender o Congo, é que seus assuntos não foram bem determinados pelo seu povo, as fronteiras nacionais foram forjadas na conferência de Berlim, em 1885 quando o Congo foi dado para o Rei Leopoldo II da Bélgica, como sua propriedade particular. Ele foi  dono por 23 anos, e nesse período fez um enorme fortuna, estimada em mais de um bilhão de dólares nos dias de hoje. Primeiro, o rei da Bélgica usou os congoleses como escravos na colecta de marfins e depois, para o látex. Enquanto os Belgas estavam a trás de marfins e látex no Congo, foram descobrindo também depósitos de ouro, diamantes, cobre, cobalto e vários outros mineiros.
 
 
Desde 1885, o Congo-se encontra no meio de uma batalha geoestratégica, basicamente por seus recursos naturais pois, todos querem um pedaço do Congo. Parte do conflito nã ter fim, tem sido o desejo de diferentes grupos armados, países vizinhos e ocidentais em se beneficiarem dos recursos congoleses.
 
 
Os recursos encontrados no Congo, eram vitais para grandes indústrias ocidentais nomeadamente, indústrias automobilistica, aeroespacial, tecnológica, electrónica, até mesmo a indústria de joias. Os mineiras existem em grande escala por toda RDC, especialmente em seu lado Oriental. Esse é o maior território no planeta que não possui um governo funcional. De lá para cá, é um tempo em que congo nunca viveu momentos bons. Por interesse de recursos naturais, sofre invasões que sempre desestabilizam a vida do seu povo. Os 125 ou 127 anos de submissão, devem ser levados em consideração, para entender completamente o porque Congo está em estado frágil hoje.
 
 Se olharmos de 1885 a 1908, estamos a falar de um Congo, como uma propriedade e escravisado. De 1908 a 1960, colonialismo ou colónia. Congo do Rei Leopoldo II da Bélgica e colónia Belga.
 
 
Congo finalmente independente, elege seu primeiro líder em 1960 e em 1961, o lider é assassinado. Neste contexto, temos um Congo assassinato, um ditador é instalado por mais 3 décadas, governando ditatorialmente, até 1996 o começo da invasão do País pelos países vizinhos Ruanda, Uganda e outros, na qual o povo congolês sofre até hoje, território invadido, estupro de mulheres e crianças, control moral e mental dos congoleses. Aqui, está o padrão do genocídio no Congo, e a destruição das instituições em fracção dos Cento e Vinte e tal anos.
 
Enquanto se tem grandes riquezas e nenhum governo, é um convite aberto e é, uma guerra de cada um por si já que gangues rivais e países vizinhos  no Leste, se servem das enormes riquezas naturais do Congo.
 
Desde 1996, o conflito no Congo, já matou cerca de 6 ou 7 milhões de pessoas. Hoje governos vizinhos continuam a pilharem usando forças mercenárias para deslocar comunidades inteiras afim de terem acesso à terra.
 
 Cenas como essas são geralmente mal-interpreitadas, como o simples resultado de uma guerra étnica, um erro que apenas beneficie aqueles tentando esconder sua exploração ilegal. RDC, é palco de conflitos hoje, que têm suas origens em genocídio de Ruanda ocorrido em 1994, que vitimou 800.000 pessoas de etnia Tutsi.
 
 O genocídio em Ruanda, teve implicações direitas no conflito  que assola a República Democrática do Congo, que já ceifaram a vida de cerca de 6 a 7 milhões de pessoas. O Governo de Ruanda gerido pelo Frente Patriótica Ruandesa, por duas vezes invadiu a RDC, acusando-o, de deixar as milícias Hutus operarem no seu território.
 
A partir do momento que começaram as guerras de invasão Ruandes e Uganda ao Congo RDC até aproximadamente ano 2003, a estimativa de mortes é de 7 a 8 milhões. O povo vive numa extrema miséria,  condições bestiais, dezenas de milhares de mulheres sistematicamente violentadas como estratégia de guerra que os Tutsis usam para desestabilização moral. O estupro foi sempre uma das armas mais perigosas que mais funcionou na invasão do congo, para bloquear vilas, bairro  e aldeias inteiras. As mulheres são estupradas a frente de seus filhos, maridos e vizinhos, afim de fragilizar a comunidade completamente.
 
 Em geral, os estupradores ou atacantes de centenas de milhares  de mulheres, são tropas estrangeiras e próprios congoleses.  As diferenças entre eles, se confundem por anos de ganância, caos e impunidades, pois estúpro é uma forma de guerra adoptada, que reduz um ser humano a um não-humano em essência, pois assim eles não conseguem pensar, se sentem impotentes, sem esperança, então tornam-se irresistíveis na defesa da sua terra e o inimigo ganha o terreno para a exploração
 
 Genocídio em Ruanda, como causa do sofrimento do povo congolês
 
 Foi o massacre perpetrado por extremistas Hutus contra Tutsis e Hutus modernos.
 
 Destingue se em Ruanda os dois maiores grupos étnicos do país: os maioritários Hutus e o grupo minoritário Tutsi.
 
Durante a colonização do país pelos Bélgas, os líderes apontados pelas Bélgas foram sempre os Tutsis, num contexo de rivalidade étnica que se acentuou com o tempo, dada a escassez de terras e a fraca economia nacional, sustentada pelo café. Após a independência, em 1962, os Hutus tomaram o poder e começaram a marginalizar os Tutsis. Diferenças entre Tutsis e Hutus, era mínima, criada pelos Bélgas em uma tentativa de exercer melhor controle sobre a região a través de um sistema de castes sociais.
 
 Na década de 60, segunda o processo de descolonização, o território ruandes foi deixado pelos Bélgas. Em quase meio século da dominação, ódio entre as duas etnias transformaram aquela região em uma bomba preste a explodir. Cercados por uma série de problemas, a maioria Hutu passou a atribuir todas as mazelas da nação à população Tutsi.
 
 Em Outubro de 1990, a Frente Patriótica Ruandesa, composto por exilados Tutsis expulsos do país pelos Hutus com o apoio do exército, invade Ruanda pela fronteira com Uganda. Em 1993, os dois grupos firmaram um acordo de paz, criando um governo de transição, mediado pela ONU, composto por hutus e tutsis. Em 1994 as tropas hutus são treinadas e equipadas pelo exército Ugandesa, em meio a arenga e incitação à confrontação com os Tutsis por parte da Rádio Television Libre de Melle Collines (RTLM), dirigida pela facção dos Utus  mais  extremistas . Essas mensagens exaltavam as diferenças que separavam ambos os grupos étnicos e, à medida que os ânimos se exaltavam, os apelos à confrontação e à caça aos Tutsis tornaram-se mais explicitas, sobretudo a partir do mês de Abril, em que se fez circular o boato de que a minoria  Tutsis planejava  genocídio aos Hutus.
 
 De acordo com algumas fontes de imprensa pública Ruandês que teve acesso a documentos oficiais, o genocídio foi planejado. A tropa estava organizada por todo o país em representantes em cada vizinhança. Apurou se, que o genocídio foi financiado, pelo menos parcialmente, com o dinheiro apropriado de programas internacionais de ajuda, tais como financiados pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional. As armas vinham das nações de Ocidente (especialmente França) e principalmente, de outras nações em desenvolvimento (como Egipto). Estima-se que 134 milhões de dólares foram gastos na preparação de genocídio em Ruanda, uma das nações mais pobres da terra, sendo que 4,6 milhões de dólares foram gastos somente em facções, enxadas, machados, lâminas e martelos.
 
 Pressionados então pelo revanchismo, os tutsis abandonaram o país e formaram imensos campos de refugiados em Uganda. Mesmo acusados, os Tutsis e alguns Hutus moderados se organizaram politicamente com o intuito de derrubar o governo do presidente Juvenal Habyarimana e retornar ao País. Com o passar do tempo, esta mobilização deu origem à Frente Patriótica Ruandesa, liderado por Paul-Kagame. Na década de 1990, vários incidentes demarcavam a clara insustentabilidade da relação entre Tutsis e Hutus. No ano de 1993, o acordo de paz firmado entre o governo e os membros da FPR, não teve força para resolver o conflito.
 
 O pior aconteceu, em Abril de 1994, quando o presidente ruandês Juvenal Habyarimana (um Hutu) foi morto em um atentado contra o seu avião em que viajava. Logo no dia seguinte, o genocídio começou. Sem apresentar provas, a liderança hutu acusaram os Tutsis pelo assassinato do presidente e conclamaram a população a iniciar a matança. Horas depois, as milícias avançaram contra   vilas e cidades por todo o país, matando tudo que viam pela frente. Pessoas identificadas como Tutsis eram sumariamente executadas.
 
O massacre sistemático em Ruanda contra Tutsis causou uma deslocação maciça da população, para os campos de refugiados situados nas áreas  fronteiriças, em especial com o Zaire (hoje RDC) e Uganda. A trop congoles, em Agosto de 1995 tentaram forçar o retorno desses refugiados para Ruanda. 14000 pessoas foram então devolvidas a Ruanda, enquanto 150.000. refugiaram se nas montanhas. O genocídio só acabou, quando a Frente Patriótica Ruandês derrotou o governo e se instalou definitivamente no poder, até actuais momentos.
 
 A guerra no Congo (1996-1997) foi de 6 meses que tinha como objectivo de derrubar o ditador nacionalista, Mobutu Sese Seko (apoiado pelo EUA). As forças da oposição a Mobutu, eram lideradas pelo guerrilheiro Lauret Desiré-Kabila, com o apoio dos países vizinhos (especialmente Ruanda e Uganda).
 
 Entre  as causas da guerra, estava a administração ditatorial anticomunista do Mobutu, contrária a democracia e aos movimentos sociais, que provocou as grandes massas rebeldes, assim como o seu apoio ao genocídio dos Tutsis. A desestabilização do Leste do Zaire que resultou do genocídio de Ruanda, foi o último factor que levou numerosos actores internos e externos a alinharem contra o governo corrupto e inepto de Kinshasa. Mobutu,  apoio os Hutus a perpetrarem o genocídio de 1994 contra a minoria Tusis e, quando os Tutsis chegaram ao poder em Ruanda, Mobutu acolheu os Hutus perpetradores de genocídio que fugiram de Ruanda. Um total de cerca de dois milhões de Tutsis, estavam planejando vingança. Em seguida as tropas do presidente de Ruanda, Paul Kagame, entram no Congo, derrubando Mobutu e colocaram no poder Laurent Kabila e se dedicaram a aniquilação de seus assassínios (os hutus refugiados do Congo).
 
Depois da guerra de apoio, a intenção de Kabila era a de expulsar as tropas ruandese e ugandeses, a revolta dos reacionários  anti-Kabila com as promessas não cumpridas de democratização iriam explodir com a segunda guerra do congo, que iniciou em 2 de Agosto de 1998 que foi a origem do genocídio congoles. Kabila alienou seus aliados e não conseguiu resolver os problemas que levaram à guerra, em última análise, permitindo a segunda guerra do Congo a partir de 1998, poucos meses depois de chegar ao poder.
 
 Milhões de congoleses perderam suas vidas como resultado da crise que é discutida  praticamente e  ignorada por toda imprensa mundial. Não atingiu a consciência popular e nem existe alguém que fala sobre isso.
 
A comunidade internacional que dizia quando aconteceu o holocaustro, que nenhum genocídio mais iria acontecer e ainda assim, a mesma comunidade deixou o genocídio de Ruanda acontecer, os mesmos que cometeram o genocídio de Ruanda cruzam as fronteiras para o Congo e o Congo se torna a vítima, do que aconteceu em Ruanda, que a comunidade internacional nada vai fazendo para evitar.
 
Em 1994, a comunidade internacional falhou em evitar o genocídio de Ruanda e efectivamente punir os culpados. Essa falha,  permitiu  a cobertura dos executores, a ONU e EUA, sabiam em tempo real e outros governos também, não fizeram nenhum esforço para investigar ou não o suficiente. Eles permitiram que investigações fossem bloqueadas e sem pressão. Parte dessas dificuldades era que os politicos se sentissem culpados, não fizeram o suficiente para o fim de genocídio,  aquela culpa permitiu também a cobertura do mesmo erro.
 
 A culpa se manifestou no período Clinton em uma política extremamente pró-Ruanda, a qual essencialmente permitiu que fizessem o que eles queriam, tanto dentro do seu país como no Congo com impunidade.
 
 Com os líderes dos EUA e da ONU olhando para o outro lado, Paul  Kagame, avança com a invasão do Congo junto do seu aliado ugandes Yoweri Musseveni. O papel dos EUA nessa invasão foi de apoio direito,  enviando armamentos e mercenários em Ruanda, para a invasão do Congo em preseguição de Hutus e outros interesses. Em uma análise final, os EUA decidiram apoiar a invasão do Congo.
 
Ruanda e Uganda invadiram seu vizinho Congo quando seus recursos naturais e, não sofreram nenhuma sanção do conselho de segurança da ONU, porque tinha um forte apoio dos EUA, do Reino Unido, de potências ocidentais e outros governos.
 
EUA apoiou a invasão do Congo, a culpa simplesmente não pode ser atribuída ao genocídio de Ruanda de 1994, Norte americanos tinham motivações económicas e políticas também, naquele país do centro da África.
 
A razão para o seu envolvimento, vem desde o seu suporte a Mobutu Sese Seko, um ditador que ajudaram a instalar no poder, apoiando-o por 23 anos, a sangrar o seu país. Tirou mais dinheiros do país que o rei Leopoldo II tirou em seu tempo. Mobutu teve um reinado maior e uma economia muito mais desenvolvida para roubar, com a grande cumplicidade dos EUA que o apoiavam, completamente.
 
Mobuto com o fim  da guerra fria em 1989, 1990, muitos de seus aliados, incluindo EUA e França o abandonaram. Ele se tornou uma mancha para eles, por causa do seu mal histórico em direitos humanos. Quando Mobutu se tornou um embaraço para eles, começaram a ajudar Ruanda e Ruanda, expulsa Mobutu do poder e instala outro ditador e, depois outro mais, o Kabila pai e filho.
 
Agora, o povo congolês é vítima de uma rede ditatorial corrupta, que recebe apoio financeiro do EUA. Eles pilham o lugar vergonhosamente, tomando centenas de milhares de dólares e mineiros, patrocinando alguns dos piores criminosos de guerra, e nunca com alguns protestes de Washington.
 
O papel dos EUA na Àfrica Central é complexo. Historicamente, metem uma influência na área para terem acesso aos mineiros que a economia e militares deles dependem. O casamento entre EUA com Ruanda e Uganda, serve aos interesses deles de outras maneiras.
 
O problema aqui, é realmente da vontade política dos EUA porque Ruanda e Uganda, são tão importantes para os militares americanos. Precisamente, os dois países africanos (Ruanda e Uganda) podem fazer coisas inéditas em Àfrica, a mando dos EUA na sua ausência; Os Norte Americanos podem ter os soldados Ruandeses e Ugandeses mortos se é necessário, e também usá-los em certos lugares e ter aliados e clientes que estão dispostos a fazerem a sua vontade, e se tornar muito importante; São úteis para a protecção dos seus interesses em Àfrica.
 
O tempo em que EUA está envolvido nos assuntos da África Central, ajudou perpetuar tirania e dependências. Quando se tem ideias vindas dos EUA que dizem: tentaram de tudo, apoiamos a força da paz, tiveram conversa sobre a paz, é usualmente dentro dos parâmetros para se manter o status quo. Isso, tem series implicações em termos do que as pessoas não falam: política externa americana. É ai onde reside o problema, tem algo a ver com os EUA e potência Ocidentais algumas, apoiando ditadores na Àfrica ao invés de apoiar o povo.
 
Agora encontrando um ponto crítico em sua história, o povo congolês precisa mudar o curso da sua história, a maneira em que estão envolvidos para que tenham o espaço para reconstruir o seu país.
 
 Sobre conflitos africanos, é muito fácil apontar o dedo aos mentores e culpá-los pelos seus problemas pois, é um mapa colonial mal traçado e  não tem sentido, somente ajudou criar conflitos. O Ocidente  trata Àfrica como se fosse seu subordinado, ou a enxerga como uma fonte de recursos ao invés de um parceiro.
 
 O próprio africano, precisa colocar as coisas em ordem, não pode realizar eleições aqui e ali e chamar isso da democracia. Os seus líderes, precisam ter responsabilidades das suas políticas e  América somente apoiando instituições fortes, e não lideres fortes (ditadores). A solução dos problemas no Centro da Africa em geral, virá dos próprios africanos. O Papel dos aliados é garantir a criação do espaço para que eles ajudem resolver e cuidar dos desafios.
 
 Há um enorme desejo para a democracia no Congo, com líderes dispostos a concertar seu país mas.  A chave para o sucesso é a pressão internacional sobre Ruanda e Uganda para que eles parem com as suas intervenções destrutivas.