Luanda - Show Ikopongo é a denominação do espetáculo musical que deveria acontecer no passado 06 de Novembro, no Cine Tivoli, Bairro Azul em Luanda.

*Pedro Dias
Fonte: VOA

O show foi proibido por agentes da segurança e polícia que confiscaram forçadamente a licença de autorização de realização de espetáculos segundo os artistas MCK e Ikonoklasta.


“Recebemos uma chamada da senhora do Cine Tivoli a dizer que a polícia foi lá e tirou, abusivamente, sem nenhum mandado [de busca], a licença”, disse Luaty Beirão.

 

O artista subiria ao palco daquela sala juntamente com o músico MCK, para o “Show Ikopongo”.

 

“Intimidaram as pessoas pedindo um monte de documentos. A polícia retirou a licença do espaço Tivoli, mas enquanto isso decorria hoje, ao mesmo tempo, um evento infantil no local”, observou Luaty Beirão, falando num boicote das autoridades ao evento.


O concerto Ikopongo de Ikonoklasta e MCK – ambos conhecidos pela música de intervenção -, esteve inicialmente previsto e anunciado antes, no Chá de Caxinde, outra sala do centro de Luanda, mas os proprietários, segundo os músicos, recuaram e acabaram por não permitir a sua realização naquele local.

 

“Os proprietários fingiram todos que ninguém sabe, que a gerência é que decide. Disseram-nos que podíamos divulgar e no dia seguinte informaram-nos que o ‘show’ não ia poder acontecer ali”, disse Luaty Beirão.

 

O activista, de 34 anos, é uma das vozes mais críticas do regime angolano liderado por José Eduardo dos Santos, tendo sido condenado em Março último, no mediático processo dos “15+2”, a cinco anos e meio de prisão por actos preparatórios para uma rebelião, associação de malfeitores e falsificação de documentos.

 

O Ikopongo acabou por acontecer algures na zona do Zango 4, numa cave, nos arredores da capital angolana. Recorde-se que o conjunto chegou a pagar ao Cine Tivoli cerca de 500 mil kwanzas, o equivalente a três mil dólares norte americanos no câmbio actual.