Lisboa - Todas as excelentes expectativas geradas em torno da nomeação de Luís Gomes Sambo ao cargo de ministro da Saúde estão a cair por terra. Aliás, como soe dizer-se, na linguagem popular, a montanha pariu um rato. E tudo porque um clima de enorme contestação e instabilidade acaba de instalar-se no Ministério da Saúde. Em causa, segundo fontes seguras e muito bem informadas, estão a não utilização dos critérios de nomeação e gestão da administração pública, não respeitados pelo antigo director regional da OMS. Consta que Luís Gomes Sambo está a atropelar tudo e todos, desrespeitando, inclusive, todos os princípios que regem o bom funcionamento do Ministério.


Fonte: Club-k.net

Tão logo sentou-se no cadeirão máximo da Saúde, Luís Sambo apressou-se a exarar despachos sobre nomeações de conterrâneos seus, ignorando o princípio da competência profissional e mérito. Entre os exemplos mais deploráveis e que atestam muito bem a verdadeira personalidade do novo ministro, destacam-se a nomeação do seu conterrâneo Miguel de Oliveira para o cargo de director Nacional de saúde pública, afastando do cargo Adelaide de Carvalho e a indicação de Boaventura Moura para o cargo de director da Central de Compras e aprovisionamento médico, em substituição de Mateus Fernandes. Como se não bastasse isso, Luís Gomes Sambo tirou de casa o seu conterrâneo Rosário de Fátima directamente para o ministério, com objectivo de exercer o cargo de director das TIC'S. Em face disso, instalou-se um clima pesado no MINSA, porque os detentores de cargos superiores, intermédios e administrativos estão agastados com a situação e têm saudades de alguns ex-ministros da Saúde, inclusive quadros pertencentes à UNITA, a exemplos de Albertina Hamukuaia e Sebastião Veloso.


A situação é de tal forma de rogar aos céus, que o director de gabinete e o director adjunta no Ministério não respeitam ninguém, nem tão-pouco os secretários de Estado. O clima que se vive actualmente no Ministério da Saúde é de intriga e de clara negociata. Prova disso é que consta que Boaventura Moura já foi exonerado, mas a informação não ter chegado ao conhecimento dos funcionários do ministério e a directora dos medicamentos estar a acumular o cargo que exerce com a das compras, ( recente nomeada ) e que segundo consta não é quadro do Ministério da saúde.

 

Na base do afastamento de Boaventura Moura está o facto deste não satisfazer os caprichos do seu conterrâneo, Luís Gomes Sambo, na divisão das "michas". Segundo fontes próximas ao dossiê, o agora exonerado Director " Michou" com a secretaria de estado Constantina Furtado e o secretária Geral Sandra Paiva, algo que terá alegadamente irritado o ministro porque não recebeu a " micha" desejada.

 

O facto é que o director ora exonerado chegou a demonstrar um desgaste com os medicamentos de emergência adquiridos a preços que custam dez vezes mais que os anteriores.


Soube-se, igualmente, que após a tomada de posse de Luís Gomes Sambo, o director Boaventura Moura recebia diariamente propostas de empresas de familiares do ministro candidatas a vender medicametos ao MINSA. Acrescenta-se a isso a entrada em massa de empresas de prestação de serviço no Ministério pertencentes a familiares do ministro.

Comenta-se no Ministério que os funcionários esperavam do novo ministro uma postura diferente, sobretudo a julgar pela aparante boa imagem deixada durante o seu reinado na OMS.