Washington -  A capital dos EUA, Washington DC acolheu em Novembro (6-10/16) mais de 400 observadores internacionais que representaram cerca de cinquenta países do mundo, dentre ex-chefes de Estados, Legisladores, Juízes, profissionais eleitorais e diplomatas. Deste grupo de observadores internacional das Eleições dos Estados Unidos participou o Director do Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Democracia (IASED) e Coordenador do Observatório Eleitoral Angolano (OBEA), Luís Jimbo que também é faz observação pela União Africana e pela SADC – ENS nos diferentes países de África.

 
Fonte: Club-k.net
 
Muito interessante foi a atmosfera de confidencia de uma antecedida vitória de Hillary Clinton dentre quase todos os observadores internacionais e realçada pelos analistas e oradores presentes, norte americanos com larga experiencia reconhecida da política domestica dos Estados Unidos como William R. Sweeney, Jr., Presidente e CEO do Fundo Internacional para os Sistemas Eleitorais, Tad Devine, Conselheiro Sénior da Campanha Presidencial de Bernie Sanders ́, Doug Chapin, Director do Programa em Excelências em Administração Eleitoral da Universidade de Minnesota Humphrey School, Ann Reval, Comissária da Federação Eleitoral dos EUA, Frank J. Fahrenkopf Jr. Vice-presidente da Comissão de Debate Presidencial, e todos os outros cerca de trinta especialistas dos convidados a discussão afirmaram que estavam perante os piores candidatos da história das eleições nos Estados Unidos até aquela data e que Donald Trump não estava qualificado para ser Presidente. Como foi possível a “Domo Cracia” Americano ir Parar nas Mão do Bilionário Donald Trump?
 
Em minha opinião foram 4 razões: a proeminência dos interesses lobistas e da media nas campanhas eleitorais Presidenciais; o descontentamento dos grupos neoconservadores contra a “Obamania” para com outros grupos de identidade negros, latinos, imigrantes, e outros; a diversidade de sistemas eleitorais entre Estados e o sistema de colégio eleitoral para eleição do Presidente dos Estados Unidos; o protesto do povo americano contra o “establishment” (“o sistema”).
 
 
A primeira razão é associada ao volume de dinheiro que envolve as campanhas Presidenciais e o tipo de campanha eleitoral de influencia mediática dos Candidatos aos eleitores. No somatório entre Democratas e Republicanos foram gastos mais de 2 Bilhões de Dólares durante a campanha eleitoral e maior parte foi usada com a comunicação social, incluindo medias e lobistas de opinião dos Candidatos perante o publico.
 
A campanha de Hillary Clinton teve maior impacto publicitário na media, redes sociais e grupos de interesses através dos conselheiros, lobistas, analistas, comentaristas, fazedores de opinião pagando uma fatura de 1,3 Bilhões e consequentemente essa estratégia afastou a Candidata do contacto directo com o eleitor para sentir e ouvir o sentimento das pessoas no dia a dia.
 
Por outro lado Donald Trump com dificuldades de pagar muito e um orçamento “miserável” de campanha política nos Estados Unidos com cerca de 795 Milhões de Dólares teve de fazer além da campanha nos grandes medias e redes sociais ir ao encontro dos eleitores directamente em cada Estado e todos ouviram e riram as “ousadias e os absurdos de Trump” na primeira pessoa e aquilo tocou no coração de um grupo identificado de pessoas que querem ver uma América a voltar a ser grande.
 
 
A segunda razão foi a identidade naquela grupo de pessoas que querem ver uma América a voltar a ser grande, o povo que foi votar nas mensagens de Trump, é o povo da “América rural”, tradicional Republicano que estão por todos os Distritos dos Estados. Aquela classe é de maioria trabalhadora, neoconservadora e por isso poucos aceitam políticas sociais de apoio aos negros e imigrantes como o Programa Obamacare, tem o culto da supremacia racial e ainda não aceitam a liderança política feminina e consideram que já foi demais um Presidente Afro americano.
 
Ora, todos aqueles muitos Distritos rurais se identificaram e escolheram Republicanos para U.S House of Representatives ao passo que os eleitores de Hillary Clinton estão nas grandes cidades metrópoles, a classe de renda alta, de renda media e até de renda baixa como os grupos de imigrantes, latinos e dos afro americanos. A consequência foi que as cidades metrópoles têm muito eleitor popular e isso fundamenta as sondagens e analises da popularidade de Hillary Clinton mas Trump ganhou porque quem elege o Presidente não é o Povo mas sim o colégio eleitoral constituído pelos U.S House of Representative e os Republicanos conseguiram os votos necessários saídos dos Distritos Rurais ou da “América rural neoconservadora”.
 
 
A Terceira razão esta baseada no facto que os Estados Unidos vive um conflito social e económico que impacta a vida do dia-a-dia de todos, apesar do crescimento económico e a redução do desemprego. Estes problemas estão associados ao conflito racial, a situação dos imigrantes, a segurança interna, as taxas e impostos, os rendimentos familiares, e outros, sobre os quais a Candidata Hillary Clinton foi diplomata demais nas soluções e de que Donald Trump simplesmente falou-os no linguajar do povo. Para maioria dos cidadãos americanos e especialistas, Hillary e Trump foram os piores Candidatos da história às Presidências dos Estados Unidos e que curiosamente conseguiram vencer nomeações de candidatos mais bem qualificados e preparados durante os Congressos dos Partidos Democratas e Republicano, Bernie Sanders ́ e Ted Cruz, respectivamente. 
 
 
Essa realidade produziu impacto directo nas Distritos metropolitanos e muito pouco nos Distrito rurais e considerando que cerca de 40% da população votante inquirida nas últimas cinco eleições passadas têm vindo a se identificar como independentes, e aliando a facto da abstenção eleitoral no geral ter atingido cerca de 46,9% estas razões justificaram o comportamento do cidadão de “falta de confiança no sistema para resolver o problemas reais do povo”.
 
 
Porém, a quarta razão, só é possível perceber que o poder povo tem de decidir os seus governantes ou representantes mais de trezentos com credibilidade e confiança dos sistemas eleitorais dos Estados Unidos da América quando se Constituição do Estado e se constata aplicação fiel dos Estados federados aos Principio fundamentais das liberdades e direitos dos cidadãos em matéria de direitos políticos perante governantes e governados a decisão é dos cidadãos. 
 
Os cidadão americanos que votaram nas eleições Presidências de 2016 decidiram pelos Republicanos e estes já havia decidido o seu Presidente candidato e assim, o poder do povo, “demo cracia”, americano foi parar nas do Bilionário Donald Trump que vai dirigir nos próximos quatro anos a Casa Branco, o centro do poder dos Estados Unidos, e de gestão dos interesses conflituantes geoestratégicos Mundial.
 
*Observador Eleitoral