Luanda - O Governo angolano autorizou a mudança da denominação social de um fundo de pensões detido pelo antigo Banco Espírito Santo Angola (BESA), controlado agora pelo Banco Económico, conforme despacho do ministro das Finanças angolano.

Fonte: Lusa

De acordo com o documento assinado pelo ministro Archer Mangueira, de 14 de novembro e ao qual Lusa teve hoje acesso, a denominação social da sociedade gestora de fundos de pensões BESA ACTIF é autorizada a passar para Económico Fundos, validando desta forma a deliberação anterior, em assembleia-geral.


A sociedade Económico Fundos é responsável em Angola pela gestão de fundos de pensões e de investimento e tem agora como acionista principal (62%) o Banco Económico e a GNB Gestão de Ativos (35%), uma das maiores sociedades gestoras de fundos de investimento portuguesas, estando o restante capital disperso por pequenos acionistas.


Antes do colapso do BES em Portugal, a BESA ACTIF era detida a 62% pelo BESA, e 35% do capital social pertencia à Espírito Santo Participações Internacionais (ESAF).


Intervencionado a 04 de agosto de 2014, devido ao crédito malparado em Angola, estimado em mais de três mil milhões de euros, o BESA foi transformado, por decisão dos novos acionistas e conforme exigência do banco central angolano, em Banco Económico, a 29 de outubro de 2014, avançando também um aumento de capital.


A operação foi então contestada pela administração do BES, mas em junho de 2015 avançou a fase final, com a introdução da nova imagem corporativa, que passou a ser controlado maioritariamente, em 39,4%, pelo grupo petrolífero estatal Sonangol.


O BES, que tinha o controlo maioritário do banco (55%) desapareceu da estrutura acionista, vendo a participação diluída no aumento de capital, o mesmo acontecendo com a sociedade Portmill, que perdeu a quota de 24%.


Já o Novo Banco, a instituição que ficou a operar com os ativos `bons` do BES, ficou, entre outras mais-valias potenciais, com uma participação de 9,72%, por conversão de 53,2 milhões de euros do anterior empréstimo do BES, no valor de 3,300 mil milhões de euros à data da intervenção estatal.