Luanda - A pobre classe jornalística "da nova geração" perdeu aquele que teria sido um dos exemplos a seguir. Suicidou-se(?!!!), meramente, o radialista Elias Fernandes Xavier, na tarde do último domingo, em sua residência, localizada no bairro Luanda Sul, em Viana. Não se sabe, de momento, as razões. No entanto, suspeitasse que a "senhora crise económica" - que agora faz parte do agregado familiar de milhares de angolanos - seja uma das culpadas.

Fonte: Club-k.net

Oriundo de Lubango, província da Huíla, Elias Xavier começou, jornalisticamente, a dar os primeiros passos na Rádio 2000, na terra natal, e posteriormente imigrou - como fazem a maior parte dos jovens angolanos que vivem no interior - a Luanda à procura de melhores condições de vida juntamente com os seus amigos António Manuel Jojó e Marito Sutila. Na capital angolana, o mesmo formou-se em Direito pela Universidade Católica de Angola.

EXPULSÃO NA DESPERTAR

Em Maio de 2014, este radialista fora expulso daquela estação radiofónica onde funcionou nos últimos sete anos, tendo exercido as funções de editor e apresentador dos programas "Angola e o Mundo em Sete dias -análise semanal", e "Traços nos T e pontos nos I - de pendor jurídico".

 

O mesmo tivera sido comunicado ao telefone pela secretária de direcção uma vez que este [Elias Fernandes] se encontrava em prova escolar. Antes da decisão, Elias Fernandes encontrava-se já suspenso desde 19 de Março do ano em curso, nos termos da comunicação interna nº 01/GD/RD/014, assinada pelo seu director geral Emanuel Malaquias, antigo correspondente da Rádio Despertar no Huambo e simultaneamente Secretário Provincial da UNITA para comunicação e Marketing.

 

A referida suspensão é resultado de um procedimento disciplinar instaurado pela Direcção do órgão, por causa de alegada violação de sigilo profissional, fundamento refutado pelo visado que entende que “não violou sigilo algum, pois, em momento algum revelou os meandros da reunião, mas sim partilhou com algumas pessoas e no facebook a decisão pessoal de não mais apresentar o programa em causa”.

 

Segundo fontes próximas ao processo, tudo terá espoletado quando o radialista na qualidade de editor e apresentador do "Angola e o Mundo em Sete Dias", seleccionou duas individualidades, nomeadamente Makuta Nkondo e Domingos da Cruz, professor universitário e antigo Deputado pela Bancada parlamentar da UNITA respectivamente, prerrogativa que lhe é atribuída pelo Instituo de Desenvolvimento e Democracia IDD, Organização Não Governamental ligada a UNITA responsável na produção do programa em causa.

 

A fonte acrescenta igualmente que depois da selecção dos nomes, este terá participado de uma conversa informal com António Festos, editor-chefe e Queirós Chiluvia, director adjunto para informação, onde comunicou aos dois a sua escolha para o domingo seguinte, tendo recebido de imediato de Queirós Chiluvia ordens de proibição destes dois voltarem a falar na Despertar. A proibição terá caído mal ao malogrado.

OS VERDADEIROS MOTIVOS DO DESPEDIMENTO.

Segundo trabalhadores, mais do que a suposta quebra do sigilo profissional, reclamada por Queirós Chiluvia originador do problema, existem razões de fundo, nomeadamente:

Emanuel Malaquias estará a infernar o homem, pois, enquanto correspondente da rádio no Huambo, recebeu quase sempre instruções de Elias Fernandes e nalgumas vezes críticas sobre o seu desempenho laboral, pois, Elias entendia que o agora Director deveria melhorar nalguns aspectos técnicos.

Segundo contam, Malaquias terá ficado bastante chocado quando enviou uma peça jornalística onde ele próprio era o Jornalista e o entrevistado nas qualidades de correspondente e Secretário para Comunicação e Marketing da UNITA, o que caiu muito mal aos colegas em Luanda e chumbaram a mesma reportagem.

Outro motivo ainda ligado ao Director-Geral, é o facto deste querer afirmar-se quer no colectivo da Rádio como no próprio Partido de Isaías Samakuva, pelo que tem implantado naquela estação radiofónica uma gestação de arrogância e intimidatória.

O regresso, embora seja visto como estratégico, de Africano Kangombe que durante muito tempo foi Administrador Delegado da rádio, afastado conjuntamente com Adalberto Costa, “PCA” logo após a nomeação de Zito Calhas, falecido por doença estranha, seis meses depois da sua nomeação, é outro problema no fundo de tudo isso.

A SUA MORTE

A notícia da sua triste partida para o além deixou indignada centenas de pessoas que o conhecia. "Não é com a morte da Andorinha que acaba a primavera", está era a citação favorita de Elias Fernandes (ver a sua página do facebook). O falecido deixa viúva e um filho. Portanto, AQUI FICA a história do cidadão Elias Fernandes.