Luanda - Tão logo começou o debate alteraram-se os ânimos, entre um militante do MPLA e outro da CASA-CE em mais um debate “Turbilhão da Sociedade” que é transmitido nas redes sociais e partilhado em rádios e jornais em Angola. Este sábado teve como tema: “Isabel dos Santos deve ou não abandonar a presidência da Sonangol?” numa iniciativa do CIP, Centro de Integridade Pública de Angola, com duração de 45 minutos,  e como convidados estiveram presentes, David  Kissadila, especialista em políticas públicas e político ligado a (CASA-CE) e Aniceto Cunha Sociólogo e político ligado a (CASA-CE).


Fonte: Club-k

David Kissadila, apontou o critério da  militância em detrimento da cidadania como maior problema que o país vive: “em Angola, dá-se mais valor a militância do que a cidadania” por isso segundo Kissadila a defesa do principio de igualdade não justifica: “será que em angola não pessoas mais competente para ficarem naquele lugar” questionou o especialista em politicas públicas.


Entretanto Aniceto Cunha recorreu a Constituição da República de Angola para defender a Isabel dos Santos, “para mim a Engenheira Isabel dos Santos não deve abandonar o cargo” disse. Acrescentando que: “segundo a constituição angolana no seu artigo 23.º (Princípio da igualdade) 1. Todos são iguais perante a Constituição e a lei. 2. Ninguém pode ser prejudicado, privilegiado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão da sua ascendência, sexo, raça, etnia, cor, deficiência, língua, local de nascimento, religião, convicções políticas, ideológicas ou filosóficas, grau de instrução, condição económica ou social ou profissão” defendeu.


Questionado sobre o possível abastecimento de cabazes na Sonangol pela empresa Candando propriedade de Isabel dos Santos, Aniceto entende que não se deve dar cabaz através da sua empresa mas que lhes sejam dado dinheiro em cartões para que os funcionários comprem em qualquer sitio” defendeu.


Já no final do debate baixavam-se os ânimos e Kissadila insistiu que  a Isabel dos Santos deve divulgar a lista de bens para que se possa saber os verdadeiros negócios da Isabel, para que a empresária não a favoreça as suas empresas: "tal como  começa acontecer com o Candando que vai abastecer cabaz na Sonangol", acrescentando que o maior problema da Isabel a PCA da Sonangol, aplica-se principalmente por falta de ética.


Entretanto, personalidades como Lúcia da Silveira, presidente da AJPD, Justino Pinto de Andrade, presidente do BD Angola, o antigo primeiro-ministro Marcolino Moco e o rápper e activista Luaty Beirão são alguma das personalidades que contestam publicamente a nomeação da Isabel dos Santos. Assim como um grupo de 13 advogados escreveram para o Tribunal Supremo tendo enviado   uma providencia cautelar, que é “é uma acção colocada em tribunal com carácter de urgência. Sempre que alguém mostre um fundado receio de que outrem cause lesão, dano ou de difícil reparação” mas ainda não mereceu a decisão daquele orgão.


Lembro que Manuel Rabelais, director do Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação e Marketing da Administração (GRECIMA), afirmou, numa declaração lida na sede daquele órgão, que se deveria “aguardar serenamente pelo pronunciamento do Tribunal Supremo” sobre este caso.


“Embora a manifestação seja um direito constitucionalmente consagrado, consideramos que este tipo de pressão sobre o sistema judicial pode condicionar a sua decisão”, afirmou Manuel Rabelais.


E em comunicado, os promotores da manifestação de 26 de Novembro, proibida pelo Governo de José Eduardo dos Santos, entre os quais o antigo primeiro-ministro Marcolino Moco e o rapper e activista Luaty Beirão, informam que pediram a Isabel dos Santos, presidente do conselho de administração da petrolífera estatal, uma lista com as empresas de que é sócia e “que, directa ou indirectamente, partilham negócios com o grupo Sonangol e suas associadas”.