Luanda  - O Governador do BNA Valter Filipe fez declarações muito absurdas, incompetentes e   desastrosas que maculam questões essenciais, fruto dos pronunciamentos feitos na Assembleia Nacional e na LAC no dia 23 de Novembro corrente.
 
Fonte: Club-k.net
 
A gestão bancária exige confiança e interdependência para a realização de objetivos comuns, o Governador do BNA deve ser ético (que deriva da palavra grega ethos e que significa caráter e bom costume), embora tenha outros significados a sua prática estabelece as atitudes que correspondem ao bem comum para o indivíduo e para sociedade. Agindo como pessoa fora destes valores o mesmo esquece-se do cargo que exerce e que com pronunciamentos descontrolados e sem noção do seu alcance, decepciona todos aqueles que dele esperavam uma contribuição para o País.
 
 
A cooperação é necessária, porque muitas vezes nos encontramos em situações de não cooperação quando confundimos questões pessoais como objetivo da cooperação, o facto de ter atingido pessoalmente o Dr. Paixão Júnior, anterior PCA do BPC e cumulativamente todos os seus antigos colaboradores, esta atitude não agrega valor nem para a nova Direcção do BPC. 
 
 
O Governador do BNA deve aprender a comunicar-se, porque deveremos todos pensar que persegue os mesmos objetivos comuns para a viabilidade, crescimento, sustentabilidade e robustez da Banca e da sociedade angolana, mas em vez disto, exibe pronunciamentos e acções que demonstram falta de lealdade, transparência, responsabilidade, prudência, solidariedade institucional e integridade. Esqueceu-se o Governador do BNA que o custo do mercado e o custo de um cliente no sector bancário é imensurável, quem irá depositar confiança nos bancos nos próximos dias. Os seus pronunciamentos aumentaram o risco de incumprimentos e crédito mal parado, impedirão a concessão e o acesso ao crédito as empresas e daí a diversificação da economia.
 
 
A sua falta de visão económica, política, técnica pode até ser compreensível porque nunca foi bancário, mas não lhe permite a vaidade de desacreditar todo o sistema bancário, chegando ao ponto de dizer que os cinco maiores bancos do mercado, BAI, BPC, BFA, BIC e BMA estão em estado de falência técnica. Se os cinco maiores estão falidos então seria correcto dizer que ainda temos banca ou bancos em Angola? Qual dos cinco tem problemas de solvência, liquidez e crédito mal parado acima dos limites prudenciais? O caro Governador que o diga e com factos.
 
 
O próprio Governador do BNA é o causador da maior fatia do problema, porque ele mesmo admitiu e deu um tiro no pé, e cito palavras pronunciadas pelo mesmo : “existe um problema de incapacidade de autorização de levantamento de moeda externa para os depositantes, porque o BNA não tem condições de disponibilizar divisas necessárias para que os bancos comerciais possam autorizar levantamentos aos particulares”. Então porquê é usual culpar os bancos comerciais por causa da falta de divisas e ou até mesmo Kwanzas, quando se sabe que em Abril o BNA aumentou o coeficiente de reservas obrigatórias dos bancos comerciais no BNA em 30%. Logo desta forma não tem como os bancos ter liquidez suficiente para concederem crédito adicional ou de recuperação de incumprimentos, crédito à novos clientes e empresas, nem mesmo acesso e concessão das divisas que também encontram-se concentradas no BNA.
 
 
Verifica-se também que afinal o mesmo que acontecia com o garimpo da Dívida Pública no Ministério das Finanças, agora acontece também no BNA que passou de apenas órgão regulador, mas também a comportar-se como banco comercial vendendo diretamente as divisas aos clientes que considere dos mais próximos. Deste jeito não tem como as coisas funcionarem.
 
 
Alexandre Manuel Luís *