Luanda - O presidente do MPLA e chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, ainda não esclareceu esta sexta-feira de manhã se será candidato às eleições presidenciais no próximo ano. No discurso de abetrura da reunião ordinária do Comité Central do MPLA, afirmou que o objetivo do partido é vencer as eleições gerais pelo menos com maioria absoluta.

Fonte: Lusa

«O nosso objetivo é ganhar as eleições com maioria qualificada ou no mínimo maioria absoluta e o segredo estará na disciplina, na união e coesão de todos em torno dos nossos candidatos, quer no processo da campanha eleitoral quer no momento da votação», afirmou em Luanda.


Assim, e apesar da expectativa em torno do discurso e dos sinais a transmitir pelo chefe de Estado, em cerca de cinco minutos de intervenção inicial José Eduardo dos Santos voltou a não clarificar se encabeçará a lista às eleições gerais de 2017, após quase 40 anos no poder em Angola.


Alguma comunicação social angolana refere que José Eduardo dos Santos terá confirmado a intenção de não se recandidatar em 2017 na reunião do MPLA realizada quinta-feira em Luanda.


O Comité Central do MPLA conta desde agosto último com 363 membros e da ordem de trabalhos da reunião de hoje, a segunda do atual mandato, consta a apreciação da estratégia eleitoral do partido.


«O Comité Central, nesta sessão, vai aprovar a estratégia eleitoral do partido, onde estarão expressas as orientações que todas as estruturas deverão cumprir», disse.


A atual Constituição de Angola, que é o segundo maior produtor de petróleo de África, prevê que o cabeça de lista do partido mais votado em eleições gerais (parlamento e Presidência) é automaticamente designado Presidente da República.


«Devemos trabalhar com o povo e para o povo, rumo à vitória. E celebrar condignamente o sexagésimo aniversário da fundação do MPLA, que se aproxima», disse o líder do partido.


José Eduardo dos Santos, de 74 anos, sucedeu em 1979 ao primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, mas já integrava o primeiro Governo após o período colonial português, então como ministro das Relações Exteriores.


Em março deste ano, igualmente no discurso de abertura de uma reunião do Comité Central do MPLA, José Eduardo dos Santos anunciou a intenção de deixar a vida política em 2018.


Contudo, já em agosto, acabaria por ser reeleito presidente do partido, sem nunca esclarecer em que moldes seria feita a anunciada transição ou sequer se pretendia concorrer às eleições de 2017.