Luanda  - Finalmente! Estamos em Dezembro. O mês que muitas vezes se diz: “Ainda ontem estava com ele(a) … Como é possível meu Deus?”… É neste mês também que é activado o botão da superstição. Pelo sim pelo não, a coincidência tem sido estadia nos últimos dias de cada ano. Muitos nas expressas vias da ilusão, vão-se para sempre. 

 
Fonte: Club-k.net
 
Quando não tínhamos estradas em condições pouco ou nada ouvia-se falar disto. Tínhamos pavimentos comparados a um cartão de ovo: esburacados. Andávamos devagar mas chegávamos. Hoje deram-nos uma via expressa com o sobre nome de auto-estrada, andamos expresso e o número de engenheiros motores sem qualificação espatifados sobre a mesma é aterrorizador. 
 
Morre-se muito nas nossas estradas.
 
 
 Excessos de velocidade e a falta de um tutorial para os peões ficarem a saber que não se atravessa nas vias rápidas. Já fizeram o favor de colocar algumas pedonais no processo para facilitar os trajectos mas, a vontade de provocar perigo e experimentar uma viagem à terra eterna é mais forte do que a paciência. É sinal de que estávamos “mbora bem” com pavimentos de areia vermelha. Colocaram asfaltos e com ela o luto também acompanhou derramando o líquido vermelho e dissipando famílias. Quando o bem nos é dado sem orientação de uso, eis o que acontece. 
 
 
Em muitos recônditos lugares, tem-se dito “ O país não está bom”. 
 
 
Há dias li uma publicação de um amigo, MS, referindo-se a este propósito. Sendo telegráfico, ele foi bem claro ao dizer que a nossa cidade não está boa mas no país, provavelmente nalguns lugares, não se vive tanto terror como se diz viver aqui na capital. No meio de “tanta crise” gasta-se dinheiro em obscenidades que terminam em fiascos. Muitos projectos culturais são postos em quinta instância em detrimento da eubiótica e etogenia carnal de muitos homens que em nada contribuem para o desenvolvimento de um país. “As fomes” de muita gente têm sido colocadas “entre parenteses” de umas nádegas que por sinal, para alguns, valem milhões. Nosso kuanza ficou mesmo burro.  
 
 
Vou deslizar-me um pouco sobre o que levou a falta de esperteza do nosso kuanza com evidência e a competente desvalorização do mesmo nesta semana finda porque tal “objecto de prazer” (que me perdoem as mulheres) tem de, infelizmente, merecer algumas linhas consideráveis neste artigo. Dos milhões pagos pelos “ frívolos e assustados” angolanos parece que ela, a BB, decidiu tirar um pouco e foi dar donativos num centro de acolhimento. Não sei se foi só um truque da organização para assobiarem os resmungos, mas deu. Ela também sabe que o seu corpo não vale kuanza, por isso gastou. 
 
 
Decorre o Campeonato Africano das Nações em Andebol, cá nosso país, em Luanda e consigo ver que África possui armamento bélico feminino suficiente para tornar qualquer homem estrábico, vulgo, virosca. 
 
 
Elas desfilam com saúde suas coxas sem dioxina semi- cobertas com uns pedaços apropriados de tecido trabalhado, a que chamam calções, e dão divertimento com alegria e euforia a este povo que muito precisa. Oxalá levantemos o troféu maior. 
 
Terminou o ano lectivo e, para muitos, um ciclo de ensino. Próximo passo será a Universidade. Correm para a aquisição de um título que facilite as influências e a subida do salário porque o sistema político espelha que, ganha bem quem tem título e não tanto quem tem domínio do conhecimento. A “Doutoro mania” tem demonstrado isso. Por isso muitos têm estudado apenas para o emprego e ganhar dinheiro. Nunca é demais lembrar que nem só de engenheiros, economistas e juristas se faz um país mas também de agrónomos, psicólogos e professores.
 
 
Edson Nuno a.k.a Edy Lobo