Benguela - O Conselho Alargado da direcção geral do hospital geral de Benguela (HGB), rejeitou um contrato de privatização do laboratório de análises clínicas, vinda do governo provincial, durante uma reunião realizada esta quinta feira, dirigida pelo director provincial da saúde Barnabé Lemos (BL).

Fonte: Club-k.net

O contrato de privatização tem como partes interessados uma empresa portuguesa dos açores e o próprio governo provincial na base de treze cláusulas.


De acordo com as nossas fontes, as 13 cláusulas contratuais, não apresentam nenhuma vantagem para o HGB, mas sim desvantagens.

 

A empresa dos açores fica a gerir o laboratório de análises clínicas a custo zero.


O hospital geral de Benguela pagará a empresa açoriana todas as analises clínicas dos pacientes internados no HGB. E a estrutura de preços apresentados estão muito acima do poder financeiro das famílias pobres que diariamente afluem aquela unidade para todo o tipo de análises. Como exemplo, uma fonte adiantou que uma análise de malária ( a mais concorrida pela população) com actual custo de 300 kuanzas passará de mil mil e 500 kuanzas e para prostata de 700/900 kuanzas para cerca de 14 mil kuanzas.

 

Estas são apenas algumas das cláusulas contratuais que os responsáveis do HGB não concordam e representa assim a primeira posição de força da direcção do HGB desde o início de um silencioso projecto de privatização das suas instalações como um pavilhão a favor de uma empresa privada, agora denominada clínica internacional e mais recentemente do novo banco externo, cujos critérios de cedência foram feitos sem a transparência necessária e a margem da sua direcção.


O director provincial da saúde BL, é citado como tendo abandonado furioso o encontro ante a posição firme dos membros da direcção do HGB que se recusaram a dar luz verdade a mais um projecto comercial privado dentro das estruturas do estado, vindo do palácio da praia morena.


Nas próximas horas, os responsáveis do HGB vão apresentar uma carta aberta com cerca de 30 assinaturas a manifestarem o seu protesto contra a privatização do laboratório de análises clínicas, considerado o maior e bem mais equipado depois de Luanda.


Contacto por telefone o director da saúde BL, confirmou a existência da referida proposta contratual e que foi entregue a direcção hospitalar para uma contraproposta, mas afirmou tratar-se de um processo de terciarização de serviços e não privatização.

O que não se entende, é porquê que os interessados no milionário negocio, não constroem de raiz ou alugam um património privado, para instalarem os seus laboratórios? Porquê fazer negócio dentro de infra-estruturas do estado e com o respectivo equipamento? Peculato é para já o primeiro sinal que estes gestos representam a nível criminal, lamentam alguns responsáveis do HGB.