Windhoek  - Os turistas angolanos que têm viajado para a Namíbia, sobretudo para a sua capital Windhoek, estarão a ser penalizados pelo não pagamento da dívida de Angola ao país vizinho, avaliada em mais de 300 milhões de dólares norte-americanos.

 
Fonte: Club-k.net
 
No que pode ser entendida como uma medida retaliatória, as autoridades namibianas deixaram, de proceder, nestas últimas semanas, ao Reembolso do Imposto em Compras no Exterior, conhecido na versão inglesa por «Tax invoice».
 
 
Isto mesmo foi constatado pelo autor destas linhas quando, há dias, no seu regresso ao país, pretendia resgatar os valores das compras que efectuara naquele país. Confrontado com o encerramento dos serviços afins no aeroporto Hosea Kutako, procurou obter uma versão oficial sobre o sucedido, mas em vão.
 
 
No entanto, fontes familiares ao assunto relacionam o encerramento dos referidos serviços à dívida não honrada por Angola ao país vizinho. Uma medida, à qual não estará alheia o facto de, há sensivelmente seis meses, as autoridades locais terem deixado de efectuar os reembolsos em dólares namibianos, passando a fazê-lo em moeda angolana.
 
 
De acordo com as informações disponíveis, até há poucas semanas, os turistas angolanos que pretendiam o reembolso dos seus montantes gastos em compras tinham de indicar uma conta de um banco angolano para qual estavam a ser depositados os valores em Kwanzas.
 
 
Suspeita-se que o dinheiro que estava a ser usado nas operações de reembolso faça parte dos 32 mil milhões de Kwanzas que se encontra (va)m retidos na Namíbia, depois da assinatura do acordo de conversão monetária entre os dois países em Junho de 2015.
 
 
Convém lembrar que no âmbito desse acordo, que se encontra suspenso desde Dezembro do mesmo ano, Angola devia à Namíbia 390 milhões de dólares norte-americanos, tendo em Setembro deste ano amortizado a dívida em 60 milhões.
 
 
Apesar de Angola ter prometido há cerca de um ano pagar trimestralmente cerca de 20 milhões de dólares da dívida, a promessa está muito longe de ser honrada.
 
 
A coberto do tratado de conversação monetária subscrito entre os bancos nacionais de Angola e da Namíbia, os nacionais dos dois países podiam utilizar as respectivas moedas, mormente nas zonas fronteiriças de Santa Clara, Cunene, e Oshikango, Namíbia.