Luanda  - Os jornalistas Mariano Brás, director do jornal “O Crime” e Rafael Marques de Morais, do portal “Maka Angola”, foram constituídos arguidos por injúria ao Procurador-Geral da Republica de Angola, general João Maria Moreira de Sousa. Rafael Marques foi ouvido ontem dia 27, enquanto Mariano Brás foi ouvido hoje quarta-feira 28, ambos no mesmo processo sob nº 2064/16/06-SIC.

 
*Carlos André
Fonte: Club-k.net
 
Contactado pelo Club-k, o director do Semanário o Crime disse que ficou estupefacto logo após ao interrogatório que decorreu nos Serviços de Investigação Criminal (SIC).
 
 
No interrogatório conduzido pelo instrutor Paulino Dias, Mariano Brás disse que lhe foram feitas perguntas como se fosse o autor primário pela publicação do texto.
 
 
“Como é possível uma matéria retomada de um site que no meu entender é do domínio do público, preservamos o direito do autor e a fonte, isto é, publicamos o nome do autor e o site. Não fomos os únicos que retomamos a matéria, logo deviam também notificar os proprietários dos outros oragos e serem constituídos arguidos”, desabafou.
 
 
Brás disse ainda que o seu jornal retomou a matéria no mês de Novembro, enquanto o Maka Angola já o tinha feito no mês de Outubro.
 
Mariano Brás apelou aos de justiça em Angola que façam o seu papel, mas desde que este trabalho tenha o mesmo tratamento entre os cidadãos. “ Há muitas queixas já feitas contra vários dirigentes, mas que nunca tiveram pernas para andar e sob olhar da Procuradoria-Geral da Republica”, acusou. 
 
 
O Jornalista apelou ao Procurador-Geral da Republica, que devia refletir melhor antes de tomar a decisão absurda de os processar, uma vez que ele tem tecto de vidro.
 
 
De recordar que no referido texto, o Procurador-Geral da República é acusado de estar por trás de um negócio na concessão de uma parcela de terra, com a dimensão de três hectares e que servia para a construção de um condomínio residencial, com vista ao mar.
 
 
A parcela em que o texto fazia referência segundo o documento em posse do Maka Angola é propriedade de João Maria de Sousa, e localiza-se na província do Kuanza-Sul, município do Porto Amboim.