Luanda - Logo após as pressões da imprensa e de ONG nacionais e internacionais, as autoridades angolanas informaram que a situação iria se resolver. Decidiram entregar o passaporte de o jornalista e jurista William Tonet alegando tratar-se de um mau entendido.

Em contacto com o Club-k.net, a partir da Santa Clara, o jornalista conta que a sua prisão deu-se quando “estava a caminho da Namíbia, via terrestre e na fronteira de Santa Clara, fui impedido de sair, pelos Serviços de Migração de Angola, sob alegação de pender contra mim um mandado de interdição de saída. Solicitei que me dissessem em que dia, mês e ano estava a interdição e não me responderam, tão pouco quem era a entidade solicitadora, porque no sistema o único dado era o meu nome.”

“Esperei e por mais de quatro horas não me deram uma justificação ficando depois retido o passaporte, para posteriores averiguações que me seriam posteriormente esclarecidas.” Disse

No Domingo de manhã, 10.05, foi chamado o chefe do posto de Santa Clara, para proceder a entrega do passaporte, tendo o Jornalista  solicitado  um termo de entrega e uma nota explicativa sobre as razões da retenção no 09, ao que  negaram.  “Exige o direito que me cabe e foram tentando escapar, com a agravante de terem dito haver no sistema 4 William Tonet. A ser verdade isso é grave, disse-lhes e mais uma razão para exigir que me dessem os documentos solicitados, pois é estranho que os 4 homónimos, tenham todos interdição de saída, configurando terem processos judiciais em curso”, conta.

“É estranho! Mas existe outra situação estranha, a de a partir deste momento o regime poder accionar os outros três xarás, para o cometimento de crimes dolosos, como violação, roubos e homicídios e depois imputarem os mesmos a minha pessoa.” Reagiu Tonet preocupado acrescentando que “por esta razão não prescindo da competente justificação que é um procedimento legal, que aquela instituição deve ter para com o cidadão por ter deixado de realizar contratos inadiáveis.Estou até agora a espera e se nada decidirem, no 11, regressou a Luanda, para continuar a Luta.”

 William Tonet foi recentemente processado pela procuradoria sob acusação de ter publicados fotos das autopsia do corpo de Nino Vieira e Tagme Na Waie na qual a instituição acusadora alega “crime” por desrespeito aos mortos. A Sociedade civil e a comunidade internacional teme que o mesmo venha ser alvo de uma cabala por parte de altas patentes do regime que o condenam por ter dado estampa no seu jornal assuntos de abordagem jurídica sobre o caso do General Miala.

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Fonte: Club-k.net