Luanda - Porra, ao invés de se emendar, parece que o Riquinho saiu da cadeia mais delinquente. Ele acaba de me anunciar, com a maior cara de pau, que não vai pagar nenhum tostão dos 2 mil dólares que me deve, eu que me vá queixar aonde quiser, quando já havíamos acordado há umas semanas que o assunto seria resolvido até ao natal (os registros da unitel podem provar isso). Olhem para o truque de bandido que ele arranjou: «Você falou do assunto na rádio por isso não te pago mais, escreva o que quiser». E desligou-me o telefone na cara. 

Manifesto contra uma grosseira agressão á minha dignidade e ao meu património

Fonte: Facebook

A dívida vem de 2013 e decorre do incumprimento de uma obrigação sua num contrato especial de publicidade relativo às suas primeiras quartas tropicais, os sarrabulhos musicais que organiza sazonalmente, agora nas talatonas, nos quais mistura Mozartes com nagrelhas, numa confusão danada que faz suspeitar desde já que o homem pode também ser um caso de psiquiatria e não já só de criminalística. É vipíssimo. Isto talvez lhe venha a servir de atenuante na hora do julgamento.

 

Não foi com grande surpresa que recebi a sua «declaração de roubo», até porque é dos vigaristas mais conhecidos do país. Estava mais ou menos a espera que isso acontecesse. De resto , só o facto da divida ir a caminho de quatro anos, entre fintas e contrafintas é bem sintomático. Ainda assim, buscando razões para o meu caso especial, acabei por desenvolver uma teoria com quatro itens(pelo menos um é arriscado) , que podem ser considerados em separado ou em concurso:

 

1-Embora banhada em bastante arrogância, a «declaração de roubo» do Riquinho pode muito bem conter um desesperado pedido de perdão da dívida, o que não deixaria de ser humilhante para quem só dava golpadas de milhões. Ora, ao passar para golpes menores a pobres cidadãos como eu, tudo indica que o homem baixou de divisão. Portanto, nesse andar não será de estranhar se daqui á dias ele começar a pilhar galinhas. Quanto ao perdão da dívida nem pensar, porque eu preciso muito desse dinheiro. Pouco mais meu.

 

2-Gestor manifestamente falhado(só um nabo ao quadrado não consegue criar um único projecto sustentável com as ricas possibilidades que já lhe foram concedidas), o homem pode estar cansado de viver, mais não tem tomates para se matar, estando então à procura de alguém que o faça por ele. E parece que o gajo está cismando comigo. Ele que dê uma galheta num tropa fobado e armado que o assunto fica logo resolvido…

 

3-Sabedor da condição debilitada em que me encontro (estou com sérios problemas de visão por conta de um glaucoma em olho único), o homem quererá tirar partido disso, partindo do pressuposto de que serei incapaz de esboçar alguma reacção material de auto defesa contra o gajo, mais ainda por se saber que a besta tem o dobro do meu tamanho. Eu acho que tal, como nos homicídios a intervenção do estado para castigar os autores de crimes contra pessoas Débeis não devia carecer de queixa da vitima.

 

4 - Convencimento de que faz parte do clube dos «intocáveis» desse país, quando já lhe mostraram que não será bem assim. Aliás esta ilusão já o levou a afirmar ou a insinuar por aí que o presidente da republica decretou a ultima amnistia para o tirar da cadeia em especial. Ora isso induziria o país a pensar que o seu chefe de estado apadrinha vigaristas descarados e isto não pode ser verdade. Era só o que faltava. Camarada presidente, como o indivíduo só diz asneiras quando abre a boca, acho que alguém devia disciplinar-lhe a língua em jeito de prevenção. No entanto, apadrinhamento mesmo estará a vir de certos sectores intermédios do nosso glorioso que o tenha apoiado nas suas realizações tropicais, pelo menos é isso que diz a publicidade. Ouvi dizer que o querem reabilitar politicamente para lhe darem o bolo cultural da próxima campanha eleitoral. Não sei se valerá a pena associar o nome do partido a pessoas que não se corrigem, como demonstra a vigarice que ele está a fazer contra a minha pessoa. E isto, ao invés de imobilizar eleitores, vai pode é afastá-los.

 

Sem jeito para diplomacia, reconheço, já lhe enviei umas mensagens cheias de arreganhos, tipo assim: «Se dizem que és maluco, eu sou mais maluco do que tu, seu filho da p…., é melhor pagar o meu dinheiro», mais o gajo me ignorou completamente , a confirmar que está disposto aguentar o barulho por esta agressão contra mim. O «mais pior» é que até fico com impressão que o homem nem se quer põe em hipótese uma reacção minha, como se eu fosse um não-ser ou já não existisse. E isto é muito ofensivo. Tenho de lhe provar o contrário, custa o que custar. Eu ainda existo!

 

Já pensei em pedir ao meu amigo Buta para irmos lá cobrar a minha massa, aí já seria com juros e tudo , mais como o assunto está a ganhar um carácter de ponto de honra para mim acho que vou resolve-lo pessoalmente. E, mesmo lesionado, espero reunir equipamento e tomates para enfrentar o Belzebu. Aliás, a descomunal desvantagem com que entro para o jogo não é coisa que o factor surpresa e uns pedacinhos de metal não possam esbater .

Não havendo cisma ( ponto dois da teoria), haverá desilusão. Estou desiludido porque o homem sempre me pareceu inteligente, mais nos últimos tempos tem se portado pior como um idiota . É que apesar de todos os sinais que lhe tenho enviado nesse sentido , o rapaz não consegue perceber que ao roubar-me e abusar da minha dignidade, corre o risco de se tornar no gajo que pode vir a pagar por todos os sacanas que me fizeram grandes males, desde os dois branquelas que me lixaram a vista quando em criança aos iluminados que conspiraram contra a minha formação académica, ao ponto de esconder o meu processo individual na faculdade de Direito da Agostinho neto durante 8 anos, entre outros . « Gente burra pá!» como diria o Gilmário. O puto que eu mais gosto nos tunezas, junto com o Tio vasco.

 

Mas, como sou pessoa de bem , só partirei para a guerra depois de esgotar todos os meios pacíficos. Já arranjei até um mediador, mas parece que o homem fracassou . Era esperado. A ultima hipótese será criação de uma associação de todas as vitimas das tranbiquices do camarada , para intentarmos uma acção judicial colectiva. Talvez assim haja mais hipóteses de reavermos os nossos bens saqueados. Conto com o Walter Daniel e o Lucas Seque para funções executivas na associação. A primeira reunião fica já mesmo para dia 20 no Chez Tem Bá. Alertem aí o resto do pessoal .

 

Para terminar, chamo atenção para um detalhe : se ou quando me decidir a tomar as « medidas deveras » fá-lo-ei pessoalmente e em publico, não me responsabilizando assim por alguma coisa que possa eventualmente acontecer no escuro .

Até lá, continuarei apelando: Riquinho paga só o meu dinheiro!
Bairro indígena 5 de Janeiro de 2017«Ano da moralização da sociedade».