Luanda - Aristóteles Jesus da Silva Domingos, 27 anos, diz ser o segundo filho de Januário José Domingos, Juiz Presidente da 14ª Secção dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, do primeiro casamento do juiz “carrasco” dos 15+2, com ele estão mais dois irmãos.

Fonte: Radio Angola

A Rádio Angola não conseguiu falar com o visado, mas o filho que se diz abandonado, acusa o pai de prestar mais atenção aos outros filhos em detrimento de si pelas alegadas razões que afirma desconhecer. O jovem descreve que “neste momento vivo na rua por não estar a merecer o apoio do pai que se nega em arranjar-me um emprego”, lamenta.


“A irmã já fez um esforço de me matricular num instituto onde estou a afazer a 12ª classe, mas encontro muitas dificuldades de transporte para ir à escola”, disse o jovem natural de Cazengo, província de Kuanza-Norte.


Diz ainda que a sua vida está sem rumo, pois a sua condição social piora cada dia que passa. Aristóteles de Jesus da Silva Domingos revela que é o segundo filho entre três irmãos. “Os dois irmãos recebem total apoio do pai, à título de exemplo”, diz “o irmão menor, o pai lhe colocou a trabalhar na 14ª secção dos crimes comuns do tribunal provincial de Luanda como escrivão de direito, e a irmã foi formada na Argélia, onde fez biologia, no entanto, é uma bióloga que está a fazer a sua vida”, disse.


“Neste momento o pai só abandonou a mim e pergunto que fiz?”, questiona o jovem, para quem “se fiz alguma coisa de errado, peço desculpas ou pelo menos converse comigo e me diga o erro que cometi para corrigir”, asseverou.


O aludido filho do juiz Januário Domingos, lembra um dos episódios que ao seu ver estará na base de o pai “vira-lhe as costas”, o mesmo teria deixado de estudar, isto no ano de 2002, antes do fim do conflito armado por supostamente ter perdido a cédula pessoal, facto que alegadamente “causou desgosto” ao pai.


“Na altura vivíamos na zona do Patrício, no Cazenga, e o pai nos tinha matriculado nós os três numa das escolas, mas acontece que, a minha cédula perdeu e não consegui dar continuidade à escola, mas o pai achou que eu fugi da escola, então, a partir daí, começou a me virar as costas, dizendo que eu era um mau filho e só merecia comer panelas de funji e descarregar sacos na praça, enfim a me denegrir moralmente”, contou o jovem, visivelmente abatido.


Descreve que várias vezes foi corrido de casa pelo seu progenitor. “Ofendeu-me psicologicamente e até hoje não consigo recuperar o meu espírito por causa deste senhor que é meu pai”. Aristóteles Domingos pensa que, o quero mais precisa é encontrar um emprego para recomeçar a minha vida .


“Só quero quero que o pai me ajude a encontrar um emprego e o resto eu posso me virar porque com a idade que tenho, ficar assim sem trabalhar causa frustração e posso criar a ideia de se suicidar ou roubar o que não é bom”. O pai deve dar exemplo de um verdadeiro pai que é para me tira desta situação em que me encontro, porquanto tenho passado vergonha dos amigos que sabem que o meu pai é o Juiz Presidente do Tribunal Provincial de Luanda”.


Nesta entrevista, o filho de Januário Domingos sublinha que “o pai nos apoiou no princípio até aos 9 anos, mas quando se separa com a minha mãe e casa-se com a actual esposa que vive com ele, tudo mudou”, contou, acrescentando que a madrasta que diz chamar-se “Avozinha”, “começou a nos maltratar, recebeu a nossa casa e nos expulsou com ameaças de que, se voltássemos naquela lá, podíamos ser mortos por ela mesma, então estou com medo de voltar para a nossa casa”, descreve com nostalgia.


Aristóteles Domingos diz que nutre o desejo de reconciliar-se com pai e se possível pedir-lhe perdão, mas teme que o pai não seja receptivo.


Acompanhe aqui a entrevista completa de Aristóteles de Jesus da Silva Domingos, que diz ser filho do Juiz Presidente da 14ª Secção dos Crime Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, Januário Domingos e que se queixa de abandono do seu próprio pai.


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