Lisboa – Na polícia angolana é totalmente normal ser matreiro, bandido e corrupto. Dentre as várias direcções que engloba esta instituição castrense, a mais perigosa – onde a praticas incertas se faz sentir – é nos Recursos Humanos. Pois, os que aqui trabalham se enriquecem do nada, sem fazer qualquer esforço, em muito pouco tempo. “Aqui é yula tipo na zunga”, dizem alguns.

*Evalina Ding's
Fonte: Club-k.net


Apesar da corrupção em Angola ser um problema conjuntural (há quem prefere utilizar o termo estrutural), na polícia angolana, é nos departamentos dos Recursos Humanos instalados em todos comandos e unidades onde se encontram policias (na maioria jovens) mais ricos.

 

“Uns até têm mais dinheiro que os próprios directores nacionais”, disse uma fonte que domina os circuitos da máfia implantada na corporação. De onde provém os valores que são, todos os meses, desviados dos cofres da polícia angolana? A resposta é simples...

 

Muito recentemente, o actual responsável do Departamento do Processamento de Salário do Comando Geral da Polícia Nacional, superintendente Francisco S. M. Airosa, foi intimado em Dezembro do ano transacto, a responder, ou melhor, justificar o desaparecimento de uma soma avultada no período em que dirigiu o Departamento dos Recursos Humanos da Unidade de Protecção Diplomática (UPD), em Luanda.

 

O oficial, segundo apurou o Club K, tentou justificar perante o seu superior sobre o desaparecimento da referida verba (por a + b), mas sem sucesso. Diante da situação o seu superior hierárquico orientou – inicialmente – instauração de um processo contra o mesmo e o seu colega, identificado apenas por Kangalanga, no sentido de rastrear o paradeiro dos valores.

 

Além do desaparecimento destes valores, há indícios de que Francisco Airosa está igualmente metido numa rede mafiosa que infiltra milhares de civis – familiares, amigos e namoradas – na lista salarial dos efectivos da polícia nacional. Os mesmos recebiam salários como se fossem membros da corporação.

 

Fruto deste sambargamento, este oficial além de criar vários empreendimentos, investiu igualmente num “Club” (casa noctura) que, inicialmente, se localizava no distrito da Samba. Depois de algum tempo, o mesmo estabelecimento foi transferido para rua Rei Katyavala, nos arredores de Zé Pirão, em Luanda. Actualmente, fruto de litígio com os seus sócios, o empreendimento encontra-se de porta fechadas.

 

Como funcionou o esquema. O Club K explica detalhadamente no próximo texto.