Luanda - Na seqüência da guerra pos-eleitoral de 1992 em Luanda, Abel Epalanga Chivukuvuku foi o único sobrevivente capturado de um ataque abominavel que matou os negociadores da paz da UNITA, nomeadamente os Engenheiros Jeremias Chitunda e Elias Salupeto Pena, entre outros.

Fonte: Club-k.net

Chitunda era o Vice-Presidente da UNITA e Salupeto Pena o chefe da delegação do Galo negro na Comissao Conjunta Politico-Militar (CCPM) que negociava com o MPLA auto-intitulado Governo sobre a Paz em Angola.


Até encontravam-se numa reunião na sede da CCPM, lá onde funciona hoje a CNE (Comissao Nacional Eleitoral) na baixa de Luanda, quando o MPLA atacou uma carrinha de marca GMC pertencente a UNITA próximo da sede nacional do seu partido, alegando ter frustrado uma tentativa de golpe do Estado por parte dos maninhos, segundo a Televisão Popular de Angola (TPA).


Este ataque deu inicio por parte do MPLA a guerra pôs-eleitoral que ele (MPLA) expandiu em simultâneo em todo o território de Angola.


O ataque que decapitou a UNITA aconteceu no Municipio do Sambizanga contra uma coluna dos seus altos dirigentes que procuravam fugir da guerra em Luanda.


Chivukuvuku estava na referida coluna atacada.


Assassinos a civil com armas de guerra de vários calibres na mão aparentemente drogados e apresentados pela TPA como membros de uma pretensa defesa civil, exibiram os cadáveres de Chitunda, mas principalmente de Salupeto Pena, como seu troféu.


Por milagre, Chivukuvuku sobreviveu deste assassinato colectivo, mas com uma perna fracturada.


Por causa desta fractura, ele (Chivukuvuku) foi internado no Hospital militar de Luanda (HML), sob custodia do MPLA.


Quando o mesmo se encontrava ainda em tratamento no hospital, a TPA convidou os telespectadores para acompanhar no seu telejornal das 20h30' um alto dirigente da UNITA que iria abandonar Jonas Savimbi e o seu partido, sem citar o seu nome.


Chegado o momento, a TPA apresentou Fernando da Piedade Dias dos Santos "Nando", na altura Comandante Geral da Policia Nacional, com ao seu lado Abel Chivukuvuku, preso e com uma perna no gesso, ambos sentados.
Primeiro, Nando apresentou e louvou Chivukuvuku e, em seguida, lhe convidou a ler a sua declaração de renuncia a UNITA e ao Jonas Savimbi.


Calmo, concentrado e seguro, Chivukuvuku tirou um papel do bolso da sua camisa e o leu: "Eu, Abel Epalanga Chivukuvuku, juro e reitero a minha fidelidade incondicional a UNITA e ao meu Presidente Jonas Malheiro Savimbi.”


Eu sou UNITA e serei sempre UNITA.


Viva a Unita, Viva o projecto de Muangai, Viva o Dr. Savimbi!"


Espontaneamente, a electricidade foi cortada, a TPA e Luanda apagaram-se ate ao dia seguinte. Mas, era tarde demais, o povo ouviu a declaração de Chivukuvuku na integra.

Como resultado desta fractura, Chivukuvuku anda a coxear e ficou diminuído físico, em defesa da UNITA e de Jonas Savimbi.


Que coragem suicida de Chivukuvuku!

Makuta Nkondo