Luanda - As obras de construção das plataformas logísticas do Soyo, na província do Zaire, Malanje, Menongue, no Cuando Cubango, se encontram paralisadas e abandonadas há mais de um ano pelo facto de a direcção do Conselho Nacional de Carregadores (CNC) se recusar em pagar os empreiteiros.

*Carlos André
Fonte: Club-k.net

Conselho de Carregadores deita "rio de dinheiro"

Fontes daquele instituto público garantem que o projecto e o programa de Rede Nacional das Plataformas Logísticas, concebido pelo Conselho Nacional de Carregadores, está longe de ser concretizado por falta interesse da direcção desta instituição.


Os empreiteiros dizem-se injustiçados, porque até ao momento não lhes foram pagos o valor acordado e apontam o director-geral adjunto do CNC para área técnica, Rui Moita, como o principal obstáculo, por este exigir comissões "chorudas" para dar parecer favorável ao DG, Manuel António Paulo, para liquidação da dívida.


Os empreiteiros, por sua vez, contam as fontes, recusam-se em pagar tais comissões, uma vez que os contratos já foram visados pelo Tribunal de Contas. As negociações entre as partes já leva um ano e é do total desconhecimento do Ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, que, nos últimos tempos, tem se deslocado às províncias para realização das conferências sobre as Plataformas Logísticas.


No entanto, a fonte que vimos citando, esclarece não existir um horizonte temporal para o pagamento dos empreiteiros que, até aqui, receberam um valor que consideram ser uma gota no oceano, mas, ainda assim, terão paga as ditas comissões ao director-geral adjunto, Rui Moita.


Aquando da visita do ministro dos Transportes, Augusto Tomás, nas cidade do Soyo e Malanje, refere a fonte, este terá ficado bastante irritado com a situação ao ter-se deparado com as obras abandonadas e com capim à volta, quando, na verdade, já se gastou milhões de dólares para a execução das plataformas logísticas, cuja conclusão estava previsto para este ano.


No Soyo, frisou a fonte, Augusto da Silva Tomás ficou sem perceber o porque que a plataforma foi abandonada desde o início de 2016, quando até as obras estão praticamente concluídas, restando apenas alguns acertos básicos.


As empresas chinesas Chinatec, Sonahydro e CAMOC reclamam há mais de um ano pelos pagamentos das empreitadas já executadas. Em Menongue a situação também é a mesma: incumprimento no pagamento.


As empresas Chinatec e Afroeng clamam pelo pagamento e lamentam a atitude do director-geral adjunto do CNC, Rui Moita, que diz não temer ser denunciado. Para ele, a conversa é única: contrapartida.


O CNC é uma instituição pública do Ministério dos Transportes e as suas receitas são em dólares e Euros, fruto do licenciamento no exterior do país de todas as importações do país por via marítima.

Trimestralmente, dizem as nossas fontes, geralmente bem informados, o CNC publica, no seu boletim estatístico, dados que confere que as suas receitas mensais, apesar da crise, varia entre 4 a 7 milhões de dólares. Aliás, vários importadores queixam-se da taxa cotada pelo CNC que encarece ainda mais o produto importado, e sem benefício para os importadores ou consumidores angolanos.