Luanda – Núcia de Almeida Baptista, apelidada de "Baronesa do Kilamba", foi acusada de burlar mais de 300 pessoas, entre 2013 e 2014, com a promessa de uma casa na centralidade do Kilamba, esquema com o qual terá lucrado mais de dois milhões de dólares.

Fonte: NJ
Apesar de ter fugido do país para escapar da Justiça, ao regressar a Angola na semana passada, e já depois de ter sido entregue à Polícia pelos lesados, acabou por sair em liberdade, graças à Lei da Amnistia.

 

A libertação da "Baronesa do Kilamba" desencadeou uma onda de protestos numa das esquadras da Centralidade do Kilamba, onde a suposta vigarista deu entrada pela mão de um grupo de cidadãos que dizem ter sido vítimas da sua burla, aplicada entre 2013 e 2014.

 

Clamando por justiça, cerca de dois anos depois de terem visto a acusada fugir do país para escapar das autoridades, os lesados ficaram perplexos com a notícia da sua saída em liberdade.

 

A explicação acabou por chegar através do comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, que, em declarações à Angop, esclareceu que a ordem de soltura partiu do Ministério Público, no quadro da Lei da Amnistia, que entrou em vigor em 2016.

 

"Não é competência da Polícia decidir a restituição à liberdade de qualquer cidadão detido por qualquer acusação", sublinhou fonte da PN, afastando qualquer interferência no processo.

 

O caso também mereceu o comentário do procurador da República junto da Centralidade do Kilamba, que, em declarações à Rádio Nacional, confirmou que a acusada foi libertada no âmbito da Lei da Amnistia.

 

Recorde-se que a Lei abrangeu "todos os crimes comuns puníveis com pena de prisão até 12 anos", cometidos por cidadãos nacionais ou estrangeiros até 11 de Novembro de 2015, bem como os crimes militares, salvo dolosos cometidos com violência.

 

Aparentemente, o facto de Núcia de Almeida Baptista se ter transformado numa foragida da Justiça, em vez de ter cumprido parte de uma possível pena, em nada afecta o processo.

Segundo escreve o Jornal de Angola, a acusada viveu na Namíbia nos últimos anos, tendo regressado a Angola na semana passada para o enterro da mãe.