Luanda - Yuri Calau, de 23 anos, jornalista da TV Palanca, foi morto a tiro esta madrugada, por três elementos ainda não identificados, quando se encontrava no interior da sua residência, no bairro Caop C, no município de Viana.


Fonte: NJ

De acordo com o jornalista António Miller, colegada da vítima na Palanca TV, o crime aconteceu no bairro Caop C, município de Viana, quando três elementos invadiram a residência onde Yuri Calau vivia com seis membros da sua família.


"Entraram no quarto dele e não lhe deram a oportunidade de falar. Um dos meliantes manobrou a arma e logo de seguida fez um disparo à queima-roupa, de bala incendiada, no ombro esquerdo do Yuri Calau", conta o repórter, que acorreu ao local pouco depois da tragédia.


Segundo Miller, que obteve o "filme dos acontecimentos" dos familiares da vítima, os bandidos pensaram que Yuri já estava morto, e por isso deixaram-no estendido no quarto e foram embora.


Os familiares do Yuri ainda clamaram por ajuda aos vizinhos, mas ninguém quis prestar ajuda devido ao terror que se vive naquela zona, situação que terá precipitado o desfecho fatal.


"O Yuri perdeu muito sangue enquanto esteve caído no quarto e só foi socorrido depois de os delinquentes abandonarem a residência", reconstitui o jornalista, adiantando que os familiares levaram a vítima baleada para o Hospital do Capalanga, de onde foi evacuada para o Américo Boa Vida. "Submetido a uma intervenção cirúrgica não resistiu, e acabou por falecer às 4h da manhã de hoje", lamenta António Miller.


Mais de 10 horas depois do ocorrido, o crime ainda não tinha chegado ao conhecimento do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, confirmou ao início desta tarde, ao Novo Jornal Online, o inspector-chefe Mateus Rodrigues, porta-voz da corporação.


Segundo o responsável, as autoridades desconhecem esta situação porque não receberam nenhuma denúncia que fizesse referência a esta prática de crime no bairro da Caop C, no município de Viana.


No entanto, Ernesto Samaria jornalista na Rádio MFM, e outro dos amigos da vítima que acorreu ao local do crime, garante que não só contactou o comandante da divisão de Viana da Polícia Nacional, Francisco Notícia, como testemunhou as perícias policiais.


"Pensámos que naquele momento haveriam de fazer diligências na tentativa de encontrar os presumíveis assassinos, mas não vimos nada. Estamos todos tristes com esta situação", reforça Ernesto, que recorda Yuri Calau como "um puto porreiro, inteligente e humilde".


O falecido jornalista trabalhou como editor de imagem e operador de câmara do "Programa Vida e Pesca", emitido pela TPA, tendo-se transferido, há menos de dois meses, para a TV Palanca, onde exercia a função de repórter.