Luanda - Os jornalistas, analistas políticos e fazedores de opinião têm sido acusados de terem tecido as mais díspares cogitações e especulações à volta da sucessão presidencial, sobretudo os que aventaram a hipótese de que JES jamais abdicaria do poder ou, no pior dos cenários, seria substituído por um dos seus filhos.

Fonte: Facebook

Agora que se destapou uma ponta do véu que encobria o mistério da sucessão presidencial, tem sido notária a multiplicação de acusações contra os profissionais da comunicação social e analistas políticos, sobretudo os mais ousados que em distintas ocasiões arriscaram os seus mais diversos palpites em relação ao assunto.


Do meu ponto de vista, as culpas deveriam ser repartidas: pelos jornalistas /analistas e políticos/governantes, os primeiros pela falta de rigor nas suas abordagens, o que ajudou a alimentar as especulações; os segundos, porque ancorados em supostas estratégias partidárias e segredos de Estado, não souberam em tempo oportuno municiar os profissionais do ramo e a opinião pública em geral com informações úteis. Não afasto a hipótese de algumas das cogitações e especulações terem sido feitas com fins inconfessos.


Contudo, as cogitações e especulações feitas na imprensa ou nas redes sociais têm ou tiveram a sua razão de ser devido à natureza hermética do consulado do Presidente JES e à forma como ele conduz (iu) os destinos do país.

 

Em boa verdade, o próprio PR sempre fez da sua sucessão um TABU. Mas isto não se ficou a dever unicamente a vontade do PR, mas também da turba de sequazes que o rodearam e convenceram-no que ele era uma Pessoa ESPECIAL, provavelmente, IMORTAL… A sua governação foi ou continua a ser uma caixinha de surpresas, de imprevisibilidades, onde tudo pode acontecer...


À falta de uma informação oficial, de abertura entre governantes e governados deu azo às especulações, aos boatos e cogitações de todo o tamanho sobre quem iria suceder JES à frente dos destinos do país. Por isso, o regime e os seus defensores não podem queixar-se muito ou atirar todas as culpas sobre os «pobres» jornalistas/analistas.