Luanda - Presidente José Eduardo dos Santos, confesso que respirei aliviado por não se recandidatar como cabeça de lista, feita na reunião do comité central do MPLA, partido que o senhor se dignou converte-lo numa organização criminosa.


Fonte: Club-k.net

Os angolanos têm absoluta certeza, que José Eduardo dos Santos, nos 38 anos do seu consolado, não construiu o sonho dos angolanos viver numa angola igual para todos.


Com toda sinceridade, essa informação trouxe-me grande alivio e satisfação, por finalmente vê-lo apeado do poder após 38 longos anos de infernal podridão e sobretudo pela ausência de realismo e verdade democrática na gestão da coisa pública.


Não importa de maneira alguma saber os reais motivos que o levaram a preparar a sua saída, o importante mesmo é que se vá em bora de preferência para bem longe, e, não volte nunca mais.


Não sei se ainda lembra dos longos e quase intermináveis diálogos travados várias vezes no passado na residência do nosso amigo em comum Pedro de Castro Van-dunem “Loy” nosso vizinho na altura. E não me esqueci desses diálogos. Onde o senhor presidente colocou todo aquele frenético nacionalismo? Afinal tudo não passou de efusivos discursos alienados discursos vazios?


O senhor insultou a minha inteligência, mas, não precisava ir tão longe, atirar os seus cães de guarda contra mim é tolerável. Porém mandar-me prender no exterior em Portugal, depois pedir a minha extradição para Angola quando apenas poderia mandar que eu regressasse a Angola, isso foi horrível camarada presidente.

 
Foi um estrondoso erro de cálculo da sua parte ordenar o seu security manager na altura o general Fernando Miala, leva-se pessoalmente cópias de documentos falsos, e utilizar-se de estratagemas vulgaríssimos para acusar-me mentirosamente de me ter passado por seu irmão em Portugal. Isso foi a gota de água presidente.
 

O senhor não precisava disso, e eu, não merecia de modo algum passar por esse traiçoeiro ataque em território estrangeiro. O senhor esqueceu-se que eu tenho filhos, netos, irmãos e família, minha mãe morreu de desgosto por causa de tudo isso que o senhor mandou fazer contra mim.


O senhor presidente sabe muito bem que eu não roubei nada ao regime, nunca me apoderei de nada que pertença ao povo, isso foi uma pratica quotidiana sua de seus filhos e filhas e de sua família em geral, não da minha família.


Presidente vá para longe, e aproveite bem gozar os biliões de euros roubados ao povo a quem um dia jurou fidelidade. O povo não quer nem precisa vê-lo novamente. A nossa cultura não é nem nunca foi a do ódio, o senhor incentivou a doutrina do ódio na nossa terra. Camarada vá-se embora enquanto é tempo, de preferência para muito longe, que seja no inferno ou onde quiser.


O povo não precisa sentir uma dose maior de repulsa do que aquela que já nutre hoje pelo senhor, e pela sua famigerada família.
O partido precisa de liberdade, e tem que ser liberto do corporal invólucro de sua pessoa, o partido necessita respirar livremente primeira vez, após 30 anos de permanente paralisia cerebral grave.


Por isso peço-lhe um último favor presidente, um pedido pessoal antes de deixar a presidência da república, entregue a chave do nosso partido e deixe o caminho livre ao novo cabeça de lista João Lourenço, deixe caminho livre para ele atuar a seu bel prazer. Ajude o camarada João Lourenço a possuir os cordéis do partido na mão.


Faça uma boa ação, faça como o seu antigo homologo moçambicano Joaquim Chissano, que saiu saindo, ele não saiu ficando camarada presidente. Joaquim Chissano deixou o executivo e igualmente deixou a presidência o partido FRELIMO, nas mãos do seu ministro da defesa Armando Guebuza que se tornou presidente correndo os seus próprios riscos.
Presidente o povo não aguenta mais a sua presença, estamos cansados consigo e com toda sua família composta de refinados larápios. Não estamos felizes, nunca fomos, também não queremos mais ser o seu saco de pancada.


O senhor matou à vontade vivermos felizes. Nós angolanos não confiamos no senhor.  Presidente o Senhor roubou-nos e remeteu-nos a um estado de miséria absoluta, sem esquecer os atentatórios abusos de poder, que fizeram do senhor o nosso carrasco linchador.


Presidente, o senhor sabe que sempre o confrontei diretamente sem rodeios, e no passado recente, disse-lhe frontalmente o que penso do senhor pessoalmente. Ao contrário do senhor, que habitualmente utiliza de práticas antiéticas e de todo criminosas para destruir a imagem e/ou mesmo assassinar traiçoeiramente aqueles que chocam diretamente com o seu modo autoritário de agir.


Em toda minha existência confrontei-o de peito aberto e coloquei o nome e chamei os bois pelos nomes sob risco de vida. É claro que paguei e continuo a pagar um preço altíssimo pelo facto. E valeu apena lutar contra si com total independência. Presidente o bom em tudo isso, é assistir de camarote a sua saída, e eu permanecer ativo na luta, o senhor mesmo sabe que afrontei as situações adversas com a altivez de cidadão descontente e encorajado pela razão.


Foi um compromisso que tive em combater as desigualdades criadas pela sua nefasta permanência prolongada que patrocinou a (in) governabilidade do país, razão pela qual acelerou a sua saída cobarde do poder. Como sempre o mesmo JES cobarde e medroso.


Presidente tudo que acreditei enquanto cidadão foi posto em causa pelo autoritarismo abusivo de sua falta de subtileza obstruída pela sua sórdida excentricidade, que despropositadamente levou-o a desativar a noção do republicanismo por excelência no país.


O nacionalismo republicano porque lutamos anos a fio, foi indecentemente substituindo por um feudo, criado a imagem e semelhança do ditador que o senhor se tornou. Camarada dos Santos o culto da personalidade, e adoração ao gigante de papel de alumino que o senhor se tornou, infelizmente para o cidadão, trouxe consigo a corrupção, o nepotismo, o açambarcamento, a repressão e o assassinato político.


Presidente linha divisória que divide hoje a legitimidade eleitoral da fraude é ténue e perigosa.
O senhor instalou a pratica de adulterar os resultados eleitorais, instalou a impunidade dos delinquentes do colarinho branco, instalou a corrupção como modo de governar o país e mais grave ainda a exportou para outros horizontes como em Portugal. O país foi instalado um regime corrupto e antidemocrático, onde a vontade de um só homem se tornou lei para muitos.


O partido, o nosso MPLA, foi por si transformado em propriedade privada sua, converteu negativamente o MPLA num partido estado, onde ambos se confundem.


Tenho plena consciência do putativo alvo que permanentemente me tornei, sei e tenho consciência das suas encobertáveis perseguições do seu entourage “leia-se private secret Security”, desde o dia que o confrontei diretamente pela primeira vez em Lisboa.


Presidente ainda me lembro da boa-fé quando há 38 anos atrás concordei unilateralmente confiar no senhor, aquando da sua nomeação como presidente da república popular de Angola, sobretudo, por me considerar na altura seu amigo. Debalde. É verdade que a muitos anos me adaptei a lutar contra a organização criminosa que o senhor instalou no país.


Com a saída do ditador do cenário político governativo, dá-nos a oportunidade de juntos tornar realidade a construção de uma Angola para todos. O sonho é irreversível e a sua natureza realística é completamente inalterável.

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Alguns camaradas do bureau político e ao comité central são coerentes, e apenas zelam para que JL interprete a real situação em que se encontra, e saiba gerir o momento certo de descolar-se da imagem deteriorado do ditador imundo.


A clara e exaustiva imensidão de dúvidas em relação a capacidade de JL governar para todos, e, levar o país a bom porto é real. Igualmente a outro grupo cidadãos mais afinados interrogam-se e com razão, acerca do que trará de prestativo a nova liderança do regime! Trará JL para os angolanos muito mais do mesmo?


Outros perguntam-se que tipo de liderança terá uma eventual liderança de João Lourenço, para merecer o apoio de todos aqueles que estiveram e estão ainda afrente da barricada contra a eternização do regime do ditador inepto José Eduardo dos Santos.


 Entendo e sou parte dos que desfilam essas pertinentes preocupações, sobretudo, aquelas relacionadas com inacreditável lista de deputados eivada de oportunistas bajuladores, aduladores, e perpétuos dilapidadores do erário público.


Porém, e apesar dessas relevantes inquietudes estacionadas numa evidente realidade dantesca, de permeio é preciso separar o joio do trigo. Primeiro, essa lista não foi da escolha de JL, foi a direção do atual MPLA, que conferiu perdulário credito a tal lista. Essa lista não advém da emanação liderada por João Lourenço.


O meu apoio vai para o camarada João Lourenço, desde que ele saiba cativar os militantes desavindos com José Eduardo dos Santos.


Sei que em política só existe a realidade exequível de projetos e não colagem disfuncionais como a do elo da premonição e da adivinhação. Mesmo vendo as coisas por esse prisma, mesmo estando longe do poder, prefiro conferir a JL a legalidade creditícia do benefício da dúvida, e por esse motivo vou apoia-lo como meu candidato, não integralizo a esse esforço a atual direção do MPLA, onde despontam personagens sinistras como o maligno intriguista Bornito de Sousa.