As promessas por honrar são tantas que já deixaram de ser meros exercícios de retórica passando a outros patamares, provavelmente patológicos... São promessas atrás de promessas, que vão desde um Milhão de Casas, de igual número de empregos, passando pela construção de uma enorme catedral da igreja católica na Muxima, até à mais recente que consiste na construção de…METRO DE SUPERFÍCIE em Luanda.

 

 

 A TPA noticiou ontem que o GPL iniciou conversações com um consórcio internacional para a construção de um Metro de Superfície, à semelhança do que foi feito nas cidades de Joanesburgo, Kuala Lumpur (Malásia) e Nevada, EUA, (se a memória não atraiçoa). 

 

 

 Por alguns momentos, detive-me a pensar se uma empreitada do género constitui uma prioridade nesta fase do campeonato em que os cofres do Estado estão quase de TANGAS… 

 

 

Alguém no GPL pretende dar passos maiores que a perna, quando a cidade capital não dispõe sequer de uma malha ferroviária digna desse nome que assegure, por exemplo, as ligações entre Luanda às novas centralidades? Faz algum sentido projectar-se um metro, quando não temos sequer comboios normais de ligação entre Viana e os Zangos ou entre Luanda-Cacuaco-Capari? Ou, quando a própria linha de ligação entre Luanda e Viana não permite a circulação em simultâneo de comboios nos dois sentidos? Além do disso, com as falhas crónicas no fornecimento de energia eléctrica dá para pensar já num metro? Não estamos diante de mais uma promessa eleitoral que consiste em colocar a carroça à frente dos bois?