Luanda - A Sociedade Portuguesa de Empreendimentos (SPE), que detinha participações em concessões de diamantes em Angola, vai distribuir lucros de 77 milhões de euros pelos acionistas, relativos ao ano passado. O Estado, através da Parpública, é o maior acionista da SPE com 81,14%, mas há mais de 4000 pequenos acionistas privados que vão receber o equivalente a 14,5 milhões de euros.
Fonte: Lusa
De acordo com um comunicado da Parpública, este resultado foi uma consequência da execução do acordo alcançado com a empresa angolana Endiama, que pôs fim a anos de impasse no conflito que marcou a relação entre a portuguesa SPE e a empresa pública de diamantes de Angola.
Este acordo, que foi fechado nos últimos dias do Governo do PSD/CDS, foi executado em 2016 através da venda da participação da SPE — de 49% — no capital da empresa concessionária de uma exploração de diamantes, a Sociedade Mineira do Lucapa, à acionista angolana, a Endiama. A venda foi feita por 121 milhões de euros, um valor que estava cerca de 30 milhões de euros abaixo da avaliação feita à mina do Lucapa, uma das concessões envolvidas na transação, segundo noticiou no final do ano passado o Correio da Manhã.
De acordo com a Parpública, a operação, feita com o “forte apoio” dos governos português e angolano, “permitiu amortizar a totalidade da dívida da SPE à banca, apurar os lucros gerados, e criar as condições para que, na assembleia geral de ontem (quarta-feira), fosse aprovada a distribuição de um valor superior a 77 milhões de euros por mais de 4000 acionistas.”
Na mesma assembleia geral foi decidido extinguir a SPE, cujo único ativo era a participação na Sociedade Mineira do Lucapa.
