Luanda - O Presidente angolano ordenou a reversão para o Estado, com "efeitos imediatos", da componente pública do projeto de requalificação da Marginal de Luanda, resgatando nomeadamente a totalidade dos direitos de concessão de 13 parques de estacionamento.

Fonte: Lusa

Em causa estão espaços na marginal da capital angolana "contratualmente atribuídos à Luanda Waterfront Corporation", conforme se lê no resumo do decreto presidencial, de 15 de fevereiro e ao qual a Lusa teve hoje acesso, concessão feita por 30 anos através da Sociedade Baía de Luanda.

 

O projeto de requalificação daquela baía, prevendo um investimento global à volta de dois mil milhões de euros, foi uma iniciativa lançada em 2003 pelo consórcio Luanda Waterfront Corporation, do empresário português José Récio, há muitos anos radicado em Angola.

 

O decreto agora assinado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, "aprova a reversão para o Estado angolano com efeitos imediatos, de toda a componente pública do Projeto de Requalificação e Reordenamento da Marginal de Luanda", além de proceder "ao resgate por utilidade pública da totalidade dos direitos de concessão" dos 13 parques de estacionamento localizados naquela marginal.

 

A medida envolve 2.740 lugares de estacionamentos organizados, além dos espaços comerciais e dos espaços publicitários, "contratualmente atribuídos à Luanda Waterfront Corporation através da Sociedade Baía de Luanda", recorda o despacho.

 

A Lusa tentou contactar a Sociedade Baía de Luanda sobre esta decisão, ainda sem sucesso, desconhecendo-se os motivos na origem desta reversão.

 

A marginal da baía de Luanda, na margem da cidade, é atualmente um dos pontos turísticos de maior visita na capital angolana, após obras inauguradas em 2012.