Luanda - Noves fora o pleonasmo, todos fingimos corajosamente ser corajosos. Enquanto José Eduardo dos Santos finge que sai ficando, João Lourenço por sua vez finge que é de facto candidato do MPLA para chegar ao merecido pólio presidencial! Ah e o Bornito, é verdade, o honestamente correto Bornito de Sousa Diogo, que caramba de situação a do Bornito.


Fonte: Club-k.net

O candidato a vice-presidente, que JES impôs-nos numa eventual presidência, que não é a dele, é por demais caricata... para não lhe chamar por outros apelidos a contento.
Todo militante minimamente desperto sabe que Bornito de Sousa Diogo, representa um veemente perigo para o processo eleitoral em curso que, de acidente em acidente, circula em torno de um alarmante círculo vicioso.


Bornito não é um militante que goza de simpatias efervescentes nem dentro e muito menos fora do MPLA. De facto ele provoca de insofismável desagregação da militância, além de provocar desconfortos e uma enorme movimentação de desconfiança generalizada ao pleito em causa.


Que cidadão honesto em sua sã consciência acreditaria num resultado eleitoral, quando se tem a cabeça do registo eleitoral o ministro, que é igualmente o candidato a vice-presidente da república pelo partido que sustenta o regime, e, que, em simultâneo realiza as eleições?


Qual é a do Bornito de Sousa Diogo afinal? Quer por acaso passar um atestado de burrice a todos angolanos? Todos sabemos como funciona a mente mafiosa de JES, o tutor de Bornito de Sousa.


O que está a acontecer não passa de uma simples repetição daquilo que aconteceu em 2012, com a nomeação de Edeltrudes Costa, no cargo de ministro de estado chefe da casa civil do PR. Esse miserável santomense, não passa de um capacho ao serviço da casa de segurança da PR.


Edeltrudes Costa é de facto um reles fraudador de eleições, ele nunca teria sido nomeado para o cargo por competência, pois tinha acabado de formar-se no brasil e nenhuma prova de competência havia dado ao país nem ao MPLA. Esse energúmeno foi no passado, nomeado por gratidão dos serviços prestados na efetivação da fraude eleitoral de 2012.


O afortunado dessa vez é o Bornito de Sousa, recompensado com a imerecida vice-presidência da república, pela sua direta participação na elaboração e monitoração da fraude eleitoral.


Na política angolana há um pouco de tudo. Temos um presidente da república que mais se parece com um chico esperto qualquer fingindo que é honesto.
JES até afirma ser o desejado do MPLA para adoração “in Corpus Santi”, imitação da adoração que se observa por Cristo Jesus. Porém ele é peremptoriamente um mentiroso deslavado, e que, apenas está comprometido com a fraude eleitoral em curso.


Por outro lado, assistimos um governo fingir que governa, e uma oposição descomprometida, que finge ser oposição, mas nunca se opõem a nada. A oposição angolana é deveras estranha, por estar irremediavelmente comprometida com a ditadura.
 

Afinal somos bons fingidores. Fingimos que somos enganados pelo ditador... quando na verdade somos medrosos ao extremo. Ou não é verdade, que somos apenas meros espectadores desesperados, de um facto consumado?


É intrigante, mas, parecemos todos uns desalmados servos do feudo, ciosos em obter rapidamente lucros financeiros inundados de sangue inocente, derramado por desprotegidas crianças, jovens e velhos pobres e negros, assassinados pela arma portentosa da corrupção.


Fingimos até que o Bento Kangamba é um herói por jogar batota nos casinos do Principado do Mônaco! Ora vejam só isso camaradas. O nosso Bento Kangamba decidiu demonstrar o seu receio de ser em breve órfão.


Perdido e aflitíssimo com a saída do ditador, Kangamba afirmou de boca cheia, se o povo algum dia pedir contas ao ditador pelos seus excessos cometidos no seu conturbado reinado de 38 longos anos, esse gesto seria traduzido como uma tremenda ingratidão da parte deles.


Para aqueles que temem a mudança de políticas no país, pedir contas ao ditador facínora é ultrajante. Seria algum desconfortável constrangimento pedir contas dos roubos executados por JES e família? Os adeptos da roubalheira consideram que sim e não só, seria igualmente uma blasfêmia, e, das grandes. Pôde isso?
Aceitamos como estandarte o cognome de bajuladores, e por consequência adulteramos a explicita verdade. Fingimos acerca do estado real da opressão reinante. Vandalizamos o princípio altruístico de governar. Para os infelizes do MPLA ser membro do governo significa obtenção de riqueza rápida e fácil, governar a muito deixou de ser serviço voluntarioso.


Sabemos que o regime não é impoluto, porém, fingimos que somos governados com total transparência, digno de total confiança. Como corajosos fingidores de meia-tigela que somos, fingimos que vivemos no país das maravilhas, onde a opressão, perseguição, a tortura, assassinatos, nepotismo e a corrupção não fazem morada. Apesar de paradoxal fingimos que a repressão que existe é dolorosamente inexpressiva.


Temos absoluta certeza que o presidente da república, é um capcioso delinquente ladrão, despótico e corrupto. No entanto aparentamos calma, e, fingimos que somos governados competentemente por um arauto defensor dos direitos civis e da cidadania bem-intencionado. E ainda aplaudimos todos os seus distorcidos discursos.


Sabemos que José Eduardo dos Santos é um velho despótico, astuto malfeitor, e, um infeliz, bem pior que o seu sobrinho Bento Kangamba dos Santos. Mas tratamo-lo como se fosse um Confúcio amado em Angola. JES não se coíbe em utilizar-se de maliciosas práticas de sedição, só para obter o poder pelo poder. Mas nós fingimos reconhecer nele o papel de arquiteto da paz, num país que vive sem paz há 41 anos.


Ventilam-se em amiúde falsas expectativas desenvolvimentistas para o país, sem que a veracidade dos factos sejam constatáveis. Só que, enquanto fingimos, os filhos da Angola profunda, forjados na luta pela independência, são expostos compulsivamente à toda espécie extorsão e vandalizados ao extremo. Vivenciamos todo tipo de tortuosas ciladas ultrajantes, dignas de realizações petrificantes nos filmes de gangsteres hollywoodianos. Mesmo sem merecer, eles são expostos a todo tipos de sevícias.


Temos até líderes opositores que se dizem competentes e leais ao povo, mas, o povo desconfia, e não os reconhece como tal. Na verdade, as lideranças opositoras, se assim podemos chama-las, nunca deram provas de qualquer comprometimento relevante na luta pela alternância do poder em Angola.


Não existe nenhuma oposição em Angola, que se oponha fortemente contra a governação despótica que estamos com ela, há mais de 41 anos. Somos especialistas em vender mentiras transformadas em verdades ao mundo exterior, e tudo com o excelso aval das oposições.


Damos o dito pelo não dito sem quaisquer constrangimentos, e ainda temos inspiração para endossar inverdades lastimáveis ao mundo civilizado, e afirmamos mentirosamente que Angola, é o país das maravilhas.


Enfáticos fingimos que o país é governado com lisura moral, e existe uma condizente transparência normal idêntica a dos país civilizados, debalde. Fingimos que a corrupção é um mal menor facilmente ultrapassável, mas, não é. Fingimos que bajulação faz parte metiê governativo. Que descaramento. Fingimos que esses itens estão convencionalmente institucionalizados como prerrogativa viável de governação aceitável. Assim também não.


Fingimos viver radiantes de alegrias diante do mundo exterior, que admirados, e, de boca aberta, entoam louvores empíricos, por constatarem de perto, o milagre da recessão não ter constrangido os angolanos, e muito menos a oposição domesticada. Vivemos abraçadinhos com a miséria e caminhamos lado a lado com a fome, e convivemos fidelizados com a santa morte de todos os dias. Porém, fingimos que somos imunes a todo tipo de enfermidades, e apesar de infelizes masoquistas que somos, cantarolamos canções de uma estrondosa alegria, qual arco-íris, qual colorido mundo gay.


Aladroamos aos setentrionais ventos enfadonhos com cantigas alegres falsas, para em soslaio choramos pelo vergonhoso o estado de miséria que vivemos. Somos exageradamente dóceis, mesmo estando diante de uma realidade obsoleta, difusa e deliberadamente deprimente.


Porque razão não sei, mas fingimos viver uniformemente seguros num país em nada seguro, onde as liberdades de ir e vir e de expressão são uma respeitável miragem. Fingimos que vivemos num país onde os direitos humanos são deliberadamente respeitados, debalde. Fingimos também que Angola está entre as nações com destino marcado rumo ao progresso junto das nações livres e democráticas. Mentira. Fingimos ser governados competentemente por um arauto defensor dos direitos civis e de cidadania! Puro engodo enganoso.
Sabemos que JES usurpou por largos anos a presidência da república, subverteu o poder judicial, reverteu a independência da assembleia nacional em proveito próprio.

 
A olhos nus reconhecemos a necessidade de se alterar urgentemente as cores da bandeira e a letra do hino nacional, que aliás, de nacional só têm mesmo o nome. Mas fingimos que está tudo como combinamos que seria! Apesar de argumentos insustentáveis, algumas pessoas por medo, e outras por adoração ao líder da gatunagem, fingem não ser oportuno alterar as insígnias ditas nacionais, por representarem os motivos que levaram a fundar a república do MPLA.


A verdade é que JES não passa de um homem horripilante e maldito. JES é parte do subproduto ordinário, originário do fundamentalismo decrépito, que servem como pedra angular, que sustentam os regimes ditatoriais em avançado estado de decomposição. Jose Eduardo não é deus nenhum, nem aqui nem em parte alguma do planeta terra.


Ele é somente um verdugo envelhecido, que soube aproveitar-se sorrateiramente da ingenuidade do povo que um dia acreditou fervorosamente nele, e no MPLA, como seus libertadores, uma vez mais, debalde.


Os angolanos não podem continuar a fingir que o regime de JES tem um governo dialogante, e defensor de direitos de ir e vir e de expressão. Não há em Angola nenhum regime saudável e/ou equilibrado. O sistema de regime angolano faliu, descambou de podridão. Mas que palhaçada a nossa hein... sempre a fingir que somos corajosos.


Ainda assim, caso João Lourenço estenda a mão, e venha dizer para o que vem, com toda certeza o apoiarei.  Sem nenhum constrangimento, vou apoia-lo buscando apoio consensuais, onde os cidadãos desavindos com o MPLA de JES se encontrem. Falarei com os mais velhos e os jovens descontentes sem exceção, pois apesar dos pesares, nós somos muito mais unidos que os do MPLA de JES.


Desta vez prometo não fingir que engulo sapos, pelo simples facto de nunca os ter engolido. Nada de fingimentos, porém estarei a léguas da vergonhosa fraude eleitoral já em marcha. Isso significa que estrei muito distante do intriguista, bajulador, e golpista fraudador da verdade, o malanjino Bornito de Sousa Diogo.


Vamos correr o país e o exterior a nossa custa, pois somos muitos, vamos explicar o momento novo, e a oportunidade de mudar de vida que se nos apresenta. Será um prazer pedir nas ruas o voto para o meu antigo camarada de armas JL, sem passar pelo MPLA enquanto este continuar como propriedade da família Dos Santos.