Luanda - Está em curso a nível do partido dos camaradas em Luanda, a preparação para a realização de conferências nos distritos urbanos e municípios, pelo facto de a província de Luanda ter uma nova divisão administrativa.

Fonte: Manchete
Actualmente a província de Luanda tem 9 municípios, 41 distritos urbanos e 12 comunas. De acordo com Jornal de Angola, que cita o primeiro secretário do MPLA, em Luanda, Higino Lopes Carneiro, “há um calendário proposto para o efeito aguardamos apenas autorização para levarmos a cabo esta tarefa”.

Alguns militantes do MPLA, que preferiram o anonimato referiram que nesta altura é imprudente realizarem conferencias pois no entender destes está actividade não trará ganhos ao seu partido.

“Há uma tarefa urgente a ser desenvolvida, o líder do nosso partido orientou a divulgação do nome e imagem do cabeça de lista é esta a tarefa que deve ser preocupação e pelo que tenho acompanhado parece que Luanda não está acompanhar isso, não há nenhuma acção concreta neste sentido e isso é preocupante”, disse um dos militantes.

Para outro militante bem posicionado no partido dos camaradas em Luanda, deve haver sintonia com as orientações superiores do partido e que no seu entender, parece que a direcção de Luanda está desconectada da liderança central.

“já assistimos o ano passado a oposição a passear em Luanda sem nenhuma resposta pratica do nosso lado, as actividades de massa perderam o seu brilho, porque parece não haver capacidade da liderança em mobilizar os militantes e isso é muito preocupante, porque Luanda é a maior praça política nacional e se não se inverter o quadro corremos o risco de perder aqui, o que poderá complicar os resultados que se pretende alcançar, conforme orientou o líder”, referiu.

O mesmo frisou que a direcção de Luanda “ainda não realizou nenhuma actividade de vulto, com o foco na divulgação da imagem e do nome do cabeça de lista do nosso partido, o que não é compreensível, é preciso sair as ruas distribuir cartilhas conversar com os militantes amigos e simpatizantes do partido e não só, é preciso aparecer”, disse.

Os militantes do MPLA, em Luanda, são unânimes que durante os processos de conferências os militantes direccionam toda a atenção neste sentido, visto ser ambição de muitos a assumpção de cargos a nível das direcções e neste caso perderam toda atenção ao trabalho que deve ser feito em prol dos objectivos do partido.

“Neste momento as atenções de muitos militantes nas zonas abrangidas estão viradas em contactos para assumirem cargos nestas estruturas do partido e isto faz com que se perde tempo em relação aos objectivos do partido, temos exemplos disso. Quando o primeiro secretário assumiu o partido viveu-se a mesma coisa e vimos o partido a perder acção e até agora ainda não conseguiu se restabelecer, a situação do nosso partido é preocupante”, disse.

Juventude está desnorteada

Quem também não está ligado aos novos desafios traçados pela liderança do partido maioritário em Angola, de acordo com próprios militantes, é a direcção da JMPLA, em Luanda, que no entender dos militantes ouvidos pelo Manchete, todas as actividades por si realizadas rumam em sentido contrario às orientações da liderança do partido no que ao cabeça de lista diz respeito.

“Não conseguimos compreender como é que em plena campanha eleitoral a JMPLA realiza caravanas patrióticas em diversas províncias, quando a orientação é outra? A juventude tem um papel bastante influente no que a mobilização diz respeito. Nas outrs províncias estão a ser realizadas passeatas nas cidades para a divulgação do nome e imagem do cabeça de lista, mas em Luanda a JMPLA, parece mais interessada em fazer turismo ao invés de fazer política”, disse um militante aparentemente agastado e realçou ser necessário “mudar o paradigma”.

Bengo alinha no mesmo diapasão

O MPLA, na província do Bengo, liderado por João Bernardo de Miranda, corre os mesmos riscos que Luanda no que aos objectivos eleitorais dizem respeito.

Existe na província uma grande onda de insatisfação no seio da classe docente naquela parcela do país que nas eleições passadas viu o partido maioritário a eleger os cinco deputados contra nenhum da oposição.

De acordo com a classe docente este ano as coisas podem dar para o torto. Estes reclamam o facto de recentemente a direcção provincial da educação ter feito uma exoneração em massa de directores em mais de 80 escolas naquela, “sem no mínimo obedecerem questões éticas”, disse ao Manchete um professor que viu demitido o director da sua escola.

“Exonerar é normal, até porque os cargos não são vitalícios, o meu director foi exonerado ele nem sabia, tomou conhecimento de forma verbal e lhe foi proibido a entrada no gabinete, disseram que só podia entrar com a comissão de passagem de pasta, que ainda não estava criada, isto é humilhar um quadro qualificado e que por acaso é militante, ser acobardado tira-lhe o animo de trabalhar na mobilização”, disse.

A mesma fonte fez ainda saber que tal como aconteceu aos directores de escola escolas, brevemente um numero alargado de coordenadores de disciplina nas varias escolas da província.

“Estás exonerações, tal como temos observado, visam colocar alguns jovens da JMPLA em cargos de chefia, mesmo sem experiência e nós entendemos ser errado, o facto de ser da juventude do partido não os dá capacidade para dirigir, as nomeações devem ter como base a meritócracia, até porque no partido existem muitos quadros capacitados e as funções não devem servir para acomodações, como está a parecer, isto vai ser prejudicial na hora do voto”, concluiu.