Luanda - O ministro angolano da Administração do Território garantiu que o quadro legal para a implantação das autarquias está na sua fase final e que o país tem um dos processos de registo eleitoral mais avançados do mundo.

*Coque Mukuta
Fonte: VOA

Bornito de Sousa fez esta afirmação nesta segunda-feira, 20, no acto de abertura de mais um curso de gestores municipais e de unidades urbanas e do Ano Escolar e Académico do Instituto de Formação da Administração Local (IFAL).

 

Em reacção, a oposição afirma que o ministro deve deixar de chamar a imprensa para falar sobre aquilo que devia ter feito há muito tempo e que basta de discursos.

 

Com o quadro legal para organização e funcionamento das autarquias locais será possível definir a data das eleições autárquicas em Angola.

 

Ainda sem apontar qualquer data para a instalação das autarquias e as consequentes eleições municipais, o ministro da Administração do Território disse que, “a seu tempo”, fará chegar a respectiva legislação ao chefe do Executivo.

 

Em resposta, partidos da oposição afirmam que Bornito de Sousa deve parar de chamar a imprensa para falar daquilo que já devia ter feito há muito tempo e que as declarações dele não os satisfaz.

 

Lindo Bernardo Tito, vice-presidente e porta-voz da CASA-CE, garante que a sua formação política não vai aceitar que as eleições autárquicas sejam realizadas apenas em 2021.

 

“Já perdemos muito tempo, de deixar de devolver o poder às localidades, assim chegou o momento de dizer basta”, afirma.

 

Para Alcides Sakala, porta-voz da UNITA, as autarquias já deviam ter sido implementadas e que esses pronunciamentos são apenas eleitoralistas.

 

“Mais do que discurso queremos coisas concretas e entendemos que as autarquias já deviam ter sido realizadas”, sublinhou.

 

Registo eleitoral dos mais avançados

 

Por outro lado, na sua intervenção hoje, Bornito de Sousa informou que o registo eleitoral já está no fim e que Angola tem um dos sistemas “mais transparentes" do mundo.

 

O governante revelou que, na província de Luanda, há mais de dois milhões de cidadãos inscritos, contra 1,9 milhão em 2012, e que, a nível nacional, o total deste ano é superior ao do anterior período eleitoral.

 

Sousa apelou ainda para uma mobilização nacional em torno do registo eleitoral.