Lisboa – Entidades próximas ao regime angolano, identificadas   como “stakeholder” do sector bancário nacional, atribuem o atraso da restruturação do Banco de Poupança e Credito (BPC),   a  obstruções e a atitudes de má vontade do actual  ministro das finanças, Augusto Augusto Archer de Sousa Mangueira e sua equipa de assessores. 

 
Fonte: Club-k.net
 
Decorridos cerca de 5 meses, desde a sua nomeação, a   Comissão Executiva do  Conselho de Administração do BPC é citada como tendo dificuldades em comprimir com o  programa de reestruturação  porque o Estado, continua a adiar a colocação de dinheiro neste banco, numa ação atribuída  a “vontade única” do Ministro das Finanças.
 
 
Por sua vez, a  não autorização de injecção de dinheiro (sem dinheiro o Banco não conseguirá cumprir o programa de reestruturação nem conceder créditos) tem dado azo a suspeitas de que seja desejo do titular das finanças desgastar o Conselho de Administração do BPC colocando-o numa situação de incompetência  e por conseguinte  propor pessoas de sua estrita confiança para a gestão do maior banco público angolano, uma situação  que no ver de entendidos,  contraria com o seu  discurso no acto de tomada de posse do Conselho de Administração do BPC, em 7 de Outubro de 2016. 
 
 
Uma das figuras a quem    Archer Mangueira gostaria de ver a frente do Conselho de Administração deste banco estatal, é Pedro Pitta Gros,  actual administrador executivo do BPC e seu  antigo assessor  ao tempo em que era PCA da Comissão do Mercado de Capitais. 
 
 
As conclusões a cerca das intenções atribuídas ao ministro das finanças são sustentadas em decisões que unilateralmente tomou  até ao presente momento:
 
A Saber:
 
1) Criou  uma comissão de monitorização do saneamento e reestruturação do BPC. Essa comissão, composto por três membros, coordenada por Angélica Paquete, é interlocutor do Ministério das Finanças junto da Administração do BPC, não tem apresentado resultados notáveis para o processo de reestruturação; O surgimento deste  entidade interlocutora, é encarado como implementação  de uma estratégia de distanciamento do Ministro para com a Administração do BPC; 
 
2) Não colocou  à disposição da Administração do BPC os apoios que permita o relançamento das actividades; Até agora o BPC continua sem dar novos créditos passados 5 meses desde nomeação de novo Conselho de Administração; 
 
3) Não avançou   com a recapitalização do BPC, mesmo estando já emitidas as Obrigações do Tesouro (desde Dezembro 2016) em moeda nacional no valor de mais de 231 mil milhões; 
 
4) Colocou  no plano de endividamento público de 2017, que está a ser apresentado pela equipa do Ministério das Finanças,  o valor de 67,5 mil milhões de kwanzas referentes à recapitalização do BPC, já autorizado por decreto presidencial;
 
 5)  Tem estado a negociar   directamente com as empresas o mecanismo de  regularização dos atrasados de 2014 a 2016, sem considerar a posição de devedor dessas empresas junto do BPC. A informação pública veiculado em finais de Fevereiro indica que estão disponíveis mais de 600 mil milhões kwanzas para o pagamento as empresas com créditos ao Estado.