Luanda - A exoneração do general Lúcio Gonçalves do Amaral, do cargo de comandante do Exército, tem sido classificada, por miliares daquele ramo das Forças Armadas Angolanas, como “a aniquilação de um dos únicos oficiais superiores que sempre soube estar à frente das tropas”, com acções consideradas de “pura competência e dedicação” na defesa dos efectivos e da pátria.

Fonte: Club-k.net

JES  “aniquila” mais um general das FAA tal  como fez com “Vietnam”

Mas é convicção, por parte dos efectivos do Exército, que a exoneração do general Lúcio do Amaral terá sido provocada por “intrigas e luta de poder” encetadas por uns dos seus colaboradores mais próximos junto do Presidente da República, com “a intenção nítida intenção de prejudicá-lo em assumir de Chefe de Estado-maior das FAA”, após ao fim de mandato do general Sachipendo Nunda.


“Nós, os militares, estamos preparados para todas as decisões do Comandante-em-chefe das FAA e Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Mas a saída do general Lúcio do Amaral apanhou-nos desprevenidos. Não esperávamos, tão cedo, a sua exoneração depois do excelente trabalho desenvolvido no Exército”, disse, em condição inidentificável, um sargento.


É em função dessa sua folha de serviço, enquanto comandante do Exército, que alguns oficiais, sargentes e funcionários civis, se mostraram perplexos com a sua exoneração, numa altura que se adivinham mexidas a nível do Estado Maior General das FAA, onde o general Lúcio do Amaral era um dos putativos candidatos a um dos cargos.

 

“O Estado Maior General das FAA vai sofrer reestruturação. O general Lúcio do Amaral tinha possibilidades e competências para assumir o cargo principal ou de adjunto no âmbito dessa reestruturação. Mas, alguns oficiais invejosos com o trabalho do homem, fomentaram uma onda de calúnias para desacreditá-lo, o que não restou outra alternativa ao Presidente da República em nomeá-lo secretário de Estado da Reinserção Social”, narrou um aspirante.


Os militares, que prestaram estas informações, são unânimes em reconhecer o excelente trabalho desenvolvido pelo general Lúcio do Amaral que, em oito anos à frente do Exército conseguiu “reformar quase todas unidades miliares do ramo, com postos médicos das regiões miliares, modernização da Clínica do Exército a nível do Hospital Militar, com áreas novas de TAC, cuidados intensivos, banco de sangue, três blocos operatórios e um infecto-contagioso”, que, segundo disseram, “futuramente não se recorra ao Hospital Central”, apontam.


O general Lúcio Gonçalves do Amaral, que desde a semana passada exerce as funções de secretário de Estado da Reinserção Social, é recordado, nas palavras desses miliares, como “um verdeiro chefe na condução de homens”, ao ressaltarem as “melhorias das unidades militares, as condições de trabalho, o contacto permanente com as tropas”, naquilo que consideram de um “oficial desmentido que nunca usou coletes à prova de bolas, mesmo em situações de grande tensão”, elencaram.


“É um general que não vira cara á luta. Foi, numa dessas operações, alvejado numa incursão da UNITA no Kwanza Norte, não aceitou ser evacuado e nunca desistiu as missões que lhe foram incumbidas. Esteve no Posto Comando Avançado da Catumbela, no auge do conflito, numa altura que muitos oficiais fugiram”, recordam.


Dentro do Quartel General do Exército, segundo avançam estes militares, são visíveis as obras realizadas sob liderança do general Lúcio do Amaral, destacando-se as novas áreas construídas de raiz, como a Direcção de Educação Patriótica, de Engenharia, dos Conselheiros, de Finanças, de Destacamento de Apoio e seis armazéns para o acondicionamento da logística da tropa. A construção do Hospital do Exército, em fase de conclusão, e a implementação de um Instituto Superior, são muitas das valências apontadas do legado da passagem de Lúcio Amaral do Exército.

 

O Exército, de realçar, foi criado em 1991, tendo o 17 de Dezembro sido institucionalizado como dia de celebração. Este ramo das FAA é integrado por forças terrestres com a missão defender a integridade do território nacional, abarcando o maior número de efectivos.

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