Luanda - A produção petrolífera angolana desceu em fevereiro o equivalente a 18,2 mil barris diários, mas Angola continua na liderança dos países produtores em África, segundo dados da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Fonte: Lusa

De acordo com o último relatório mensal da OPEP, com dados baseados em fontes secundárias da Organização e compilados hoje pela Lusa, Angola atingiu em fevereiro uma produção diária média de 1,641 milhões de barris de crude, face aos 1,659 milhões de barris do mês anterior.


A Nigéria, principal concorrente juntamente com Angola ao topo da liderança da produção petrolífera no continente viu a produção aumentar pelo segundo mês, agora em mais 58.000 barris por dia, chegando 1,608 milhões de barris diários, voltando assim a ficar atrás do registo angolano.


A produção na Nigéria tem sido condicionada por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna, sobretudo no primeiro semestre de 2016, com Angola a chegar desde então ao topo dos produtores africanos, por entre algumas oscilações.


Entretanto, o acordo alcançado entre os países produtores de petróleo, para reduzir a produção e fazer aumentar os preços, obrigou Angola a cortar 78 mil barris de crude por dia com efeitos desde 01 de janeiro, para um limite de 1,673 milhões de barris diários.


O mesmo relatório da OPEP refere que em termos de "comunicações diretas" à organização, Angola terá produzido 1,649 milhões de barris de petróleo por dia (um aumento de 34 mil barris diários de janeiro para fevereiro), enquanto a Nigéria terá chegado aos 1,526 milhões de barris diários (menos 6,8 mil barris por dia).


O documento acrescenta igualmente dados sobre as compras de petróleo pela China no mês de janeiro, com Angola (15% do total) a ser dos principais fornecedores, juntamente com a Arábia Saudita (15%) e Rússia (14%).


As compras do petróleo angolano pela China aumentaram mesmo 46% entre dezembro e janeiro.


Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas. Em menos de dois anos, o país viu o barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre de 2016, de 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças.