Luanda - Os líderes dos países mais pobres do mundo ESTÃO INDIVIDUALMENTE ENTRE OS MAIS RICOS DO PLANETA. Eles preferem manter as coisas como estão”.

Fonte: Club-k.net

INEXISTÊNCIA DE SUBORNO E CORRUPÇÃO NOS CARGOS PÚBLICOS [FAZ A NAÇÃO PROGREDIR. O CONTRÁRIO TAMBÉM É VERDADE. LEVA-A A RUÍNA].


Vez apôs outra na Bíblia, os governantes são exortados a não aceitar suborno: “ Não aceitarás suborno, porque o suborno cega os que têm vista e perverte as palavras dos justos” ( Êx 23:8; veja tb. Sl 26:10; 82:2; Pv 15:27; 24:23; Is 33:15; Ez 22:12).


Se uma nação vai (deseja) avançar da pobreza rumo à prosperidade, os funcionários públicos devem ser razoavelmente recompensados por seu serviço; porém, as leis devem impedir que eles enriqueçam com “presentes” ou promessas recebidas no seu exercício. A corrupção (especialmente por meio do uso do cargo governamental em benefício próprio) será rara em um país com essas leis e, quando descoberta, será publicamente denunciada e rapidamente punida. Essa é outra proteção para assegurar que líderes não usarão o poder para seu ganho pessoal, mas para o benefício de todo o povo.


Entretanto, quando nações se encontram presas à pobreza, quase sempre acontece de os funcionários públicos e seus parentes e amigos se tornarem cada vez mais abastados por conta do poder de seus cargos políticos. A corrupção se espalha e, quando descoberta, é abafada e punida levemente, se é que chega a ser punida. [NO CASO DE ANGOLA, NÃO EXISTE UMA LEI CLARA PARA PUNIR CRIMES DE CORRUPÇÃO, OS POLÍTICOS NÃO SÃO INVESTIGADOS, E NENHUM JUÍZ TEM LIBERDADE PARA RECEBER DENÚNCAS OU CONDENAR ALGUM ALTO DIRIGENTE POLÍTICO, PORQUE A LEI E O JUÍZ SE CONFUNDEM COM UMA SÓ PESSOA].


Em tais casos, os funcionários públicos mostram favoritismo a algumas pessoas e tendenciosidade contra outras. O nepotismo é comum.


Landes (escritor) mostra como essa corrupção continuamente impediu o desenvolvimento econômico no Leste Europeu (em que senhores feudais e nobres podiam tomar a propriedade e violar os direitos legais do povo à vontade), na Índia pré-britânica (em que os príncipes mongóis podiam tirar o que quisessem do povo), e em muitas (quase todas) sociedades africanas (onde o ditador ou chefe tribal e seus amigos ou generais, podem confiscar o que desejassem). [Tiram milhões de dólares dos bancos sem apresentar garantias reais e levam os bancos à falência sem punição. Confiscam bens de qualquer pessoa que lhes seja desafeto. Negam licenças de funcionamento a estabelecimentos comerciais, educacionais, financeiros ou hoteleiros se os proprietários não forem claramente afetos ao seu partido que governa há 38 anos, não prestam contas nem declaram à receita fiscal os seus rendimentos nem sua proveniência, enfim, vivem num verdadeiro estado primário onde o soberano e nobres mandam, e o povo chupa o dedo, e quem questionar é preso e morto. Isso te lembra algum país? Pois é, a mim também].


Casos parecidos de corrupção são comuns em países comunistas em geral (na extinta União Soviética, na Coreia do Norte e em Cuba, por exemplo) e em muitos países islâmicos (onde famílias abastadas governam controlando as riquezas do petróleo e o resto do povo está sujeito às suas vontades). Não estamos dizendo que sistemas de livre mercado são completamente livres de suborno e corrupção, mas a reação social a essas práticas é substancialmente diferente.


Essa corrupção é uma das principais razões que mantêm as nações pobres presas à pobreza ainda hoje. O economista Paul Collier escreve “Por que a má governação é tão persistente em alguns países? Uma razão evidente é que nem todos perdem com isso. Os líderes dos países mais pobres do mundo ESTÃO INDIVIDUALMENTE ENTRE OS MAIS RICOS DO PLANETA. Eles preferem manter as coisas como estão”.


O oposto desses sistemas corruptos encontrados nas nações onde os funcionários públicos são justos e imparciais e não aceitam suborno. Isso estimula qualquer pessoa que queira investir tempo e dinheiro esperando que uma fazenda ou fábrica cresça e prospere. Nesse tipo de país, os contratos são realmente cumpridos, e roubos vandalismo e outros crimes são regularmente punidos. O Antigo Testamento advertiu contra um governante poderoso como um rei enriquecer enquanto estivesse ocupando cargo público: “ Também não […] ajuntará para si muita prata e ouro” (Dt 17:17). Tristemente, uma trágica violação desse mandamento aconteceu no reinado do rei Salomão. O rei acumulou quantidades fabulosas de ouro para si e construiu grandes casas e um trono espetacular (1 Rs 10:14-20).


Em contraste, a narrativa veterotestamentária exalta Samuel como exemplo de um bom governante que não aceitou subornos e não mostrou parcialidade. Ao cabo da regência de Samuel como juiz sobre Israel, ele se pôs diante do povo e proclamou não ter jamais se submetido a corrupção:


Eu estou aqui! Testemunhai contra mim diante do Senhor e do seu ungido. De quem tomei um boi? Ou a quem tenho oprimido? Ou da mão de quem tenho recebido suborno para encobrir os meus olhos com ele? Se fiz uma dessas coisas, eu vos restituirei. Eles responderam: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém (1 Sm 12:3-4).
Samuel é um líder bíblico exemplar. Como notamos anteriormente, o Novo Testamento ensina que a autoridade governamental deve servir a Deus para o bem do povo, e não em benefício próprio: ela é “serva de Deus para o teu bem” (Rm 13:4).


Paulo também escreveu a Timóteo, a quem havia sido entre autoridade sobre a igreja em Éfeso: “Eu te exorto diante de Deus, de Jesus Cristo e dos anjos eleitos, que guardes essas coisas sem preconceito e que não faças nada com parcialidade” (1 Tm 5:21). No governo da igreja, os líderes devem ser justos e imparciais, sem mostrar nenhum favoritismo. Certamente isso deve se aplicar também a autoridades governamentais.


Domingos Eduardo