Luanda - A UNITA vai realizar, a partir da próxima semana, conferências provinciais em todo o país para definir os candidatos do partido às próximas eleições gerais, previstas para Agosto.

Fonte: Lusa

A informação consta do comunicado final da reunião do comité permanente da Comissão Política do maior partido da oposição no país, enviada hoje à Lusa, encontro que serviu para aprovar o regulamento de candidatura a deputados à Assembleia Nacional, envolvendo “filiados e não filiados na UNITA”.


O partido definiu ainda o período de 27 de Março a 8 de Abril para a realização das conferências provinciais “que irão eleger os candidatos filiados na UNITA”, bem como “mandatar o presidente do partido para elaborar a lista final”, a submeter às eleições gerais.


Nas conclusões desta reunião, o partido insta ainda as autoridades “no sentido de garantirem os direitos constitucionais a todos os cidadãos” e “porem termo aos actos de intolerância política” e à “privação da liberdade sem qualquer fundamentação, que infelizmente continuam a ter lugar”, numa referência a novos incidentes que continuam a surgir em várias províncias, envolvendo a detenção de militantes da UNITA.


Além disso, o partido fundado há 50 anos por Jonas Savimbi afirma “responsabilizar” a Procuradoria-Geral da República e as instituições judiciais “na investigação e no apuramento de responsabilidades perante as múltiplas e persistentes evidências de desvios de fundos públicos”, bem como das “denúncias de corrupção”, situação “que está na base da grave situação social e económica em que o país se encontra”.


A Lusa noticiou em Fevereiro que os três primeiros elementos da hierarquia da UNITA, liderada por Isaías Samakuva, deverão ocupar os lugares cimeiros da lista do maior partido da oposição às próximas eleições gerais.


A informação foi confirmada à Lusa por fonte do partido, dando conta que Isaías Samakuva e Raul Danda, respectivamente presidente e vice-presidente da UNITA, integram a lista nacional no primeiro e segundo lugares.
Desta forma, Samakuva concorre para o cargo de Presidente angolano e Raul Danda, promovido em 2016 a número dois do partido, é candidato ao cargo de vice-Presidente.

No número três da lista, precisou a mesma fonte e tendo em conta os estatutos e hierarquia do partido, deverá surgir Victorino Nhany, secretário-geral da UNITA.


Até ao momento, apenas o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder desde 1975, aprovou e apresentou as respectivas listas candidatas às eleições, com o general e ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, a encabeçar a candidatura, tendo como número dois o ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa.


De fora das listas está José Eduardo dos Santos, reeleito presidente do MPLA em 2016 e que completa em Agosto 75 anos, 38 dos quais no poder.


A Constituição aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).


O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votados é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo, conforme define a Constituição, moldes em que já decorreram as eleições de 2012.