Paris - Angola após a conquista da paz em 2002 conseguiu ter grande crescimento em função da alta do petróleo nos mercados internacionais, afirmou neste fim de semana em Paris o Embaixador Itinerante, António Luvualu de Carvalho.

Fonte: Angop

O Embaixador Itinerante da República de Angola dissertava numa das aulas na Universidade Paris III Sorbonne Nouvelle onde foram abordadas as “Perspectivas futuras de Angola”.

 

O diplomata explicou que a economia angolana regista actualmente uma desaceleração no seu crescimento económico fruto da conjuntura internacional.

 

Referiu que esta crise mundial tem servido para que o Governo angolano aposte fortemente na diversificação da economia.

 

Do ponto de vista social, Luvualu de Carvalho destacou as conquistas nas áreas da educação com a construção de várias escolas e Universidades que permitiram milhares de angolanos terem acesso ao ensino.

 

No que concerne a saúde, informou terem surgido no país vários hospitais e centros hospitalares que melhoraram o acesso a saúde em todas as províncias.

 

As novas Centralidades habitacionais que estão a ser construídas de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Leste fazem com que o sonho da “casa própria” seja uma realidade para muitos angolanos.

 

Ao apresentar um panorama sobre Angola de 1975 aos dias de hoje, o diplomata começou por aflorar questões ligadas aos movimentos de libertação nacional, os primeiros anos da então República Popular de Angola com as invasões sul-africanas e os momentos económicos difíceis que levaram a aplicação do Plano de Saneamento Económico e Financeiro (SEF) nos anos 1980.

 

Do mesmo período, Luvualu de Carvalho que é igualmente docente universitário, fez breves referências a acontecimentos históricos que marcaram a história de Angola e da região, como a batalha do Cuito Cuanavale, cuja vitória das forças angolanas ditou o fim do regime do Apartheid na África do Sul e a consequente libertação de Nelson Mandela e a Independência da Namíbia, tornando a África Austral completamente livre.

 

Dos anos 1990, foram destacadas as primeiras eleições multipartidárias realizadas em 1992 após a assinatura dos Acordos de Bicesse que entre muitos pontos positivos tem a ser realçada a criação do Exército único as Forças Armadas Angolanas.

 

Destes mesmos anos 1990, destaca-se também a criação do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional GURN formado após as eleições de 1992 que voltaram a mergulhar o país num conflito armado terminado a 4 de Abril de 2002 com a assinatura do Memorando do Luena que trouxe a paz definitiva ao país.

 

Com a assinatura dos acordos de paz, Angola viveu novos momentos desde a aliança com a República Popular da China feita em momentos difíceis quando foi negada a Angola realização de Conferência de doadores para captar fundos para a reconstrução do país.

 

Outros momentos importantes foram a eleição do país para Membro não Permanente do Conselho de Segurança da ONU pela primeira vez para um mandato de 2003 a 2004, a entrada do país na OPEP, realização das Eleições legislativas de 2008, Eleições Gerais de 2012, eleição de Angola para Presidente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos em 2014 (reconduzido em 2016).

 

Nova eleição para Membro não Permanente do Conselho de Segurança da ONU para um mandato de 2015 a 2016 entre muitos outros factos que vão das conquistas desportivas da Angola em Paz no CAN de sub 20, vários Afro Basket em masculino e em feminino, vários CAN de Andebol feminino.

 

Destacou igualmente as conquistas culturais que passam desde a vitória do Leão de Ouro na Bienal de Veneza ao retorno das máscaras Lunda Tchokwe a Angola graças a diligências feitas pela Fundação Sindika Dokolo.

 

No final, a Directora da Faculdade de Letras da Universidade Paris III Sorbonne Nouvelle, Isabelle Oliveira, destacou a importância destas aulas afirmando que as mesmas servem para dar a conhecer Angola para o mundo já que "muito ainda é desconhecido deste grande país que tem um potencial enorme para ser um dos países de maior futuro em África".

 

A aula foi bastante aplaudida pelos estudantes que reconheceram que muito do que foi transmitido é desconhecido na Europa e até no mundo.

 

Os estudantes realçaram o facto de terem ficado a saber mais sobre Angola pela primeira vez de fonte oficial e não da imprensa sensacionalista ou de notícias de fontes duvidosas publicadas na internet.

 

Depois da fotografia de família, ficou o convite para que o Embaixador Itinerante da República de Angola possa fazer o mesmo exercício em ocasiões futuras na Universidade Sorbonne.