Luanda - O Fundo Monetário Internacional (FMI) dá nota positiva em relação ao Plano de Reestruturação e Recapitalização do Banco de Poupança e Crédito (BPC), que deve estar assente em bases sólidas, para contribuir no desenvolvimento do país, afirmou hoje, em Luanda, o chefe da missão desta instituição financeira internacional, Ricardo Velloso.

Fonte: Angop


Ricardo Velloso, que falava à imprensa no final do encontro que manteve com os membros da 5ª Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, considerou o BPC um banco “importantíssimo” para a vida do país, augurando que nada “atrapalhe” os objectivos de desenvolvimento em causa.



O banco de capitais públicos, detido 75 porcento pelo Estado, aumentou o seu capital social no valor de AKZ 90 mil milhões, fruto da Assembleia Universal de Accionistas, realizada dia 24 deste mês. Na reunião, com os membros da 5ª Comissão da Assembleia Nacional, a delegação do FMI auscultou algumas sugestões e temas que podem ser elaborados ao longo dos próximos meses, com vista a serem apresentados na consulta anual ao Abrigo do IV Artigo desta instituição financeira de Bretton Woods.


Temas como o desenvolvimento mercado de seguros e de pensões foram, entre outros, eleitos durante este encontro, actividades económicas que podem constituir fontes de financiamento adicional, a longo prazo, para o país, de acordo com Ricardo Velloso. Quanto à situação económica do país, Ricardo Velloso reiterou que a conjuntura actual não difere da informação que consta no seu último relatório publicado este ano sobre Angola.


“Estamos na colecta de dados e ainda não temos uma visão diferente daquela que já comunicamos no relatório do FMI, em Fevereiro deste ano, que foi debatido pelo nosso Conselho de Administração”, disse Ricardo Velloso.


Este relatório, entre outros aspectos, nota que o país sofreu um grande choque externo com a redução do preço do barril de petróleo, e que há um grande desafio feito no ponto de vista fiscal, no âmbito dos ajustes destes embates.


No ponto de vista cambial, o relatório, segundo o economista Ricardo Velloso ainda há trabalho a ser feito, visto que o sistema de alocação de moeda estrangeira, deveria ser mais determinante pela fonte do mercado, e que as taxas de câmbio podiam ser mais flexíveis do que actualmente.


De acordo com o chefe da missão do FMI, a inflação em Angola é uma das mais altas do mundo de momento , que e o BNA tem plena consciência de que estes níveis não são aceitáveis, estando deste modo a tomar medidas para uma forte contracção monetária, medida que vem sendo implementada desde Maio de 2016, cujo resultados já são visíveis.


“É preciso persistir e continuar com essas políticas para que a inflação volte a níveis mais aceitáveis”, sugeriu o economista.

O vice-presidente da 5ª Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, Diógenes de Oliveira, orientou o encontro com a delegação do FMI. A delegação do FMI encontra-se no país desde o dia 22 para consulta técnicas regulares, ao abrigo do IV artigo dos estatutos desta instituição financeira internacional.