Huambo - Os Directores e professores de todas escolas no Huambo, estão indignados com a orientação baixadas pelo primeiro secretário provincial do Huambo do partido no poder, João Baptista Kussúmua. A orientação autoriza a Direcção provincial das finanças a proceder um desconto automático coercivo no valor de 80 mil kwanzas nos salários referentes ao mês de Março aos Directores e outros profissionais da educação com cargo de chefia.

*Carlos André
Fonte: Club-k.net

Para actividades recreativas e bebedeiras no comício do partido 

As vítimas de mais uma manobra de extorsão institucionalizada tomaram conhecimento do infortúnio a partir do seu Director provincial da educação no encontro decorrido a porta fechada na sala de reuniões da referida Direcção na primeira quinzena do mês transacto, Sampaio do Amaral. O montante a ser descontado visa acalorar com diversas actividades recreativas, patuscadas de bebedeiras principalmente o pagamento de músicos que vão abrilhantar a presença de João Lourenço que vai apresentar-se oficialmente ao povo do Huambo no 4 de Abril deste, dia da paz, como sucessor de JES na presidência do MPLA e como cabeça de lista nas próximas eleições. Sampaio do Amaral, recordou aos presentes que todos Directores de escolas devem favores ao MPLA, por ser ele quem os indica para os cargos que ocupam e em gesto de severas ameaças, Sampaio advertiu os Directores a não passarem informações sobre o encontro a população.

 

Na classe dos professores o descontentamento é alto na medida em que os cerca de mais de duas centenas de indivíduos recentemente enquadrados estão a receber um salário de 94 mil kwanzas enquanto que há licenciados a espera da reconversão a mais de seis anos a receberem um salário inferior a 45 mil kwanzas.

 

Os professores do Huambo sem excepção, sofrem a mais de vinte anos com um desconto de 1% salarial obrigatório todos os meses a favor do partido MPLA, pratica incorrecta dos que governam que evidenciam factos de tráfico de vagas na função publica para obterem ganhos políticos. Ainda sobre descontos, uma outra percentagem é retirada a todos professores por via do mesmo processo com o beneplácito do governo provincial a favor das contas do sindicato da educação e cultura dirigida pelo Sr. Adriano dos Santos, membro fanático do MPLA, com a principal missão de distribuir aos governantes os milhões de kwanzas e outras benesses provenientes dos roubados aos professores.

 

Na educação todos são coagidos a pertencerem ao sindicato que anda a reboque do Mpla, mesmo sem nada fazer para solucionar os problemas sociais da classe. Para os que não se revêem nele, ficam sem possibilidade de reivindicar para não serem conotados ao partido do galo negro e correr riscos diversos. O silencio de Kussúmua sobre estas engenhocas de descontos ilegais mostram que ele está a desvendar-se do véu de boa pessoa e pactua bem com a crónica doença de roubar os salários dos sofredores professores, contrariamente ao que disse na sua apresentação; “ vim para servir não para me servir”.

 

Governador do Huambo a menos de um ano, Kussúmua foi até agora o dirigente que menos críticas recebeu na imprensa privada por ter conseguido fazer passar com algumas acções a mensagem de ser diferente, o que no fundo não passou de uma miragem. A população do Huambo, considera usurpação a favor do MPLA de uma data que é de todos a aparição pública do candidato do MPLA no dia da paz para sua apresentação. Algumas correntes defendem que João Lourenço deve falar apenas como ministro da defesa recordando a importância que o dia 4 de Abril representa para todos Angolanos e abster-se de falar em nome do seu partido e sua candidatura. Caberá ao MPLA, escolher outra data para falar do seu candidato a sucessão de JES e cabeça de lista.