Luanda - Os partidos políticos da oposição em Angola desconfiam dos números do registo eleitoral apresentados pelo Governo, que indica que mais de nove milhões de cidadãos estão prontos para votar.

*Manuel José
Fonte: VOA

Eles admitem pedir uma auditoria ao processo para saber como o Ministério da Administração do Território chegou a esses números.

 

O Ministério revelou ainda que mais de dois milhões de cidadãos registaram-se pela primeira vez.

 

A UNITA promete um relatório sobre o processo de registo eleitoral, mas, por agora, o seu secretário para as questões eleitorais Vitorino Nhany disse à VOA que os números avançados pelo MAT não significam que sejam o número de eleitores.

 

“Não consideramos que há nove milhões de eleitores, mas sim nove milhões de operações, e já foram detectados mais de 300 mil registos múltiplos; nós queremos acompanhar como vão ser retirados do ficheiro, por outro lado existem muitos cidadãos com o mesmo número de eleitor e de grupo”, revelou Nhany.

 

A CASA-CA também diz que houve muitos erros e que os números podem não ser reais.

 

“Aconteceram fenómenos estranhos como por exemplo brigadas que desapareciam limitando a sua fiscalização pelos partidos, paira no ar o espectro de suspeição criada pelo MAT ao arrepio da lei”, afirma Leonel Gomes, lembrando que o seu partido apontou esses casos, “mas fizeram ouvidos de mercador”.

 

Por seu lado, o Bloco Democrático (BD) considera, de acordo com Filomeno Lopes, “que os números por si sós não dizem nada, o que queremos ver é a qualidade deles, os registos múltiplos, registo de cidadãos estrangeiros e para tal queremos ter acesso à base de dados e como o MAT chegou a esses números”.

 

O secretário de Estado para os Assuntos Institucionais e Eleitorais do MAT, Adão de Almeida, revelou na semana passada que as projeções iniciais devem confirmar-se com mais de nove milhões de eleitores em condições de votar nas próximas eleições.

 

O governante informou que a base de dados das eleições de 2012 continha mais de 9,7 milhões de eleitores, mas que desde 2006 não tinha sido feita qualquer limpeza de cidadãos falecidos, o que terá contribuído para os elevados valores de abstenção no último acto eleitoral.