Luanda - O líder da Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), partido histórico nacional, Lucas Ngonda, foi eleito pelo Comité Central para liderar a lista às próximas eleições gerais no país, em Agosto, anunciou ontem fonte do partido.

Fonte: Lusa

A decisão saída da terceira sessão ordinária daquele órgão do partido apontou para segundo lugar da lista Pedro Mucombe Dala, secretário-geral da FNLA, concorrendo ambos, respectivamente, para o cargo de Presidente e vice-Presidente da República.


Relactivamente às listas de pré-candidatos a deputados, quer do círculo nacional, quer do círculo provincial (18), “por falta de conclusão das conferências”, o Comité Central adiou a sua apresentação.


Em declarações à agência Lusa, o secretário para a Propaganda e Informação da FNLA, Joveth de Sousa, disse que as conferências não foram concluídas, até sexta-feira passada, como previsto, porque algumas províncias tiveram dificuldades de reunir todos os seus membros.


“Nomeadamente as províncias do Cuando Cubango e Cunene. Essas províncias de regiões longínquas tiveram dificuldade de reunir, nesse tempo de chuvas, todos os membros municipais e assim concluirmos as listas”, referiu.


De acordo com Joveth de Sousa, este fim de semana deverão ser concluídas as conferências, para apresentação na segunda-feira das listas oficiais.

Juntamente com o MPLA e a UNITA, a FNLA é um dos movimentos históricos que lutou pela independência angolana do poder colonial português.


Sobre a situação interna do partido fundado pelo nacionalista Holden Roberto, a reunião do Bureau Político, realizada sábado e domingo passado, propôs ao Comité Central do Partido a redução de 25 por cento da composição dos órgãos centrais do partido e a destituição de todos os membros que estão na base da criação de um movimento ilegal denominado “Amplo Movimento para o Resgate da FNLA”.


Nesse sentido, o Comité Central aprovou por unanimidade a resolução da VI reunião do Bureau Político, que recomendou a cessação de mandatos nesses dois órgãos, por não comparecerem às reuniões sucessivas dos órgãos centrais, sem qualquer justificação.

“E ratifica a sua suspensão até ao próximo congresso, bem como aqueles que não tenham cumprido com as exigências estatutárias, conforme os processos disciplinares em curso”, lê-se no comunicado final.


Em Março, foi anunciado pelo alegado presidente interino, Pedro Gomes, o afastamento de Lucas Ngonda da liderança do partido, decisão então justificado com a necessidade de “salvaguardar os interesses superiores do partido”, que consideram ainda estar a registar “desvios graves da linha política”.


Na altura, Pedro Gomes disse à Lusa que a “forma como o partido estava a ser gerido, é insustentável, uma vez que o presidente pouco ou nada faz para a unidade interna”.


“Ele [Lucas Ngonda] é a base da discórdia no partido e por isso mesmo o Comité Central tomou estas medidas”, acusou Fernando Pedro Gomes.