Luanda - O círculo eleitoral de Luanda é o que mais eleitores comporta se atendermos ao número de cidadãos que actualizaram os seus dados eleitorais e se registaram pela primeira vez, segundo os dados em posse do Ministério do Território (MAT).

Fonte: Club-k.net

Este dado, aliás, tem como justificativa o facto de a capital angolana ser a que mais habitantes alberga no quadro comparativo com o resto do País, se considerados os números apresentados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), dados que, no cômputo geral, tornam à eleição provincial de Luanda a mais preciosa.


Assim, converte-se fulcral a concepção de uma perspicaz estratégia para conquistar, em primeira instância os cinco Deputados a ela reservados e influenciar, no geral, na eleição dos 130 do círculo nacional (artº/144º/2, CRA, 2010), este último no sentido de que sendo Luanda o que nela se fizer torna-se, simultaneamente, exemplo para as demais Províncias.


Esta inteligente estratégia passa na selecção de individualidades que possam garantir a conquista do valor que Luanda tem nos dois panoramas a que nos referimos acima.

 

No entanto, é dado assente que Luanda, em sede do Partido de Samakuva, já elegeu os sete pré-candidatos ao círculo em epígrafe, (sobre os mesmo falaremos numa oportuna ocasião, se necessário) faltando três que como informa aquela organização é competência do líder indica-los.

 

Os três rostos que se aguardam, ansiosamente, e que devem ser, sem sombras de dúvidas, os trunfos para uma eventual vitória ou equilíbrio, em Luanda, podem ser, em nossa percepção, salvo melhor posicionamento: David Mendes (Independente) Nfuca Muzemba e Nelito Ekuikui (UNITA), pelas, sublimes, razões que abaixo passamos a discernir:

 

1º DAVID MENDES: joga a favor dele o facto de ser um acadêmico de renome, fundamentalmente, entre os jurisconsultos - juristas, advogados, legistas, jurisperitos, causídicos – bem como o seu inquestionável contributo na procura da justiça aquando da aplicação do direito, por via da “Associação Mãos Livres” que fundou.

 

É, por isso, um jurista com uma intervenção pública notória e com autorização para opinar fazendo opinião. Esta sua condição é, sem dúvidas, propícia para a gestão de espectativas que se procura fazer em tempo de eleições.

 

É, por outro lado, uma pessoas que pelo seu «curriculum» está em condições de superioridade, se olharmos para o contexto socioeconómico e político do País, para defrontar “barões” como Higino Carneiro e Mário Pinto de Andrade que, de certeza, irão encabeçar a lista liderada por João Lourenço.

É, acima de tudo, um valor a procurar congregar, pois, para além de trazer o eleitorado de dentro pode congregar os apartidários e indecisos, numa Província em que os dirigentes históricos e “barões” dos maninhos não existem, na prática.

2º NFUCA MUZEMBA: Na gestão de espectativas, por sinal a chave para vencer eleições, a transmissão das ideias e da mensagem política em comícios, por exemplo, dentro dos parâmetros da retórica é imprescindível. Neste estágio, das três “armas secretas” de Samakuva, Muzemba pode destacar-se, se atendermos que o sotaque provinciano é, para esse efeito, desprezível.

 

É dos que pode explorar a sua capacidade de argumentação – a arte de persuadir, de falar de modo a convencer – porquanto da nossa avaliação o jovem possui as qualidades principais do discurso argumentativo, nomeadamente, “rigor, a clareza. A objectividade, a coerência e a sequencialização, recorrendo, em muitos casos, aos procedimentos do paralelismo, antíteses, anáforas e interrogações retóricas” (Maria Helena Miguel e Maria Antónia Alves, Convergências, 2008, p. 58)

Joga ainda a seu favor o facto de estarem, maioritariamente, em Luanda, aqueles que acusam a sua formação partidária de praticar, reiteradas vezes, o tribalismo e regionalismo, pois, Nfuca Muzemba, é oriundo do norte de Angola, especificamente, do Uíge, que pode, neste sentido servir de ponte para uma penetração latente naquela zona.


Por outro lado, atendendo aos incidentes de suposto suborno que envolveu o jovem político, Samakuva pode aproveitar o momento para mostrar que o modelo criminal que se funda na reintegração é por si abraçado e que se situa longe do rancorismo.

 

Uma mensagem que, do ponto de vista político, teria ganhos consideráveis, essencialmente, na comunidade acadêmica que, hoje por hoje, se sente decepcionada com o líder da formação política pelas «gafs» que vai cometendo nos momentos de decisões cruciais para a jovem democracia e pelo seu contributo negativo ao medíocre trabalho de certa imprensa a si dependente.

 

3º NELITO EKUIKUI: joga a favor deste jovem integrante dos “irmãos matraca” (porque pela sua hodierna proximidade com o Samakuva conseguem montar e desmontar “peças” num abrir e fechar de olhos), dois diferenciados ângulos, nomeadamente:


Mensagem para dentro e incentivadora: Samakuva entenderá que tendo chamado David Mendes para a lista de Luanda, mesmo não sendo militante, há que passar uma mensagem para dentro no sentido de que apesar disso conta com todos desde que trabalhem. Esta mensagem tem, no caso, como veículo o jovem, Nelito Ekuikui.

 

Valorização do trabalho dos “matraca”: entre os mais de dez jovens integrantes deste conjunto dos “matraca” e, muitos deles, colocados em Luanda e suas regiões, Nelito Ekuikui, segundo alguma opinião que fez a nossa, juntamente com a avaliação do desempenho de todos, é o que mais se mexe. É o que maior vontade de trabalhar apresenta e, por isso, teve algumas actividades de massa.


No entanto, estando no seio de muitos jovens (os matraca) que politica e estrategicamente são inoperantes, merece, de facto, uma elevação como forma de gratificação do desempenho e profilaxia para os seus comparsas.
Em fim, estes são os três rostos com que Samakuva pode conquistar o círculo eleitoral de Luanda, em nossa opinião, e estas são, igualmente, as nossas razões para uma opinião que pensamos e queremos ser de alguém fora da máquina partidária mas que o faz no espírito de que “todos têm o direito de exprimir, divulgar e compartilhar livremente os seus pensamentos, as suas ideias e opiniões, pela palavra, imagem ou qualquer outro meio (…) sem impedimentos nem discriminações” (Cfr. artº 40º, CRA, 2010)


VASCO DA GAMA
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