Lisboa   - A 14 de agosto de 2014, poucos dias depois de o BES ter sido intervencionado, o Banco de Portugal (BdP) mandou para o Conselho Nacional de Supervisão de Auditoria (CNSA) um relatório onde evidenciava falhas de supervisão da KPMG Portugal e da KPMG Angola, ambas lideradas então por Sikander Sattar. A participação feita pelo BdP junto da CNSA, o órgão que então supervisionava as auditoras, apontava para indícios de violação das normas de auditoria e ocultação de informação ao regulador liderado por Carlos Costa em relação ao BES Angola (BESA).

Fonte: Expresso

O processo foi fazendo o seu curso e dando passos, embora lentos. Na sequência disso, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que desde de janeiro de 2016 é quem supervisiona as auditoras, tem um processo de investigação aberto à auditoria feita pela KPMG ao BESA, apurou o Expresso.


Foram igualmente os trabalhos de auditoria da KPMG Angola ao BESA que levaram o BdP, soube o Expresso, a abrir um processo de investigação contraordenacional à auditora. São processos completamente autónomos e investigam o alegado incumprimento de regras em diferentes situações. No caso do BdP estará em investigação, por exemplo, o incumprimento do dever de informação.

 

“Nunca foram transmitidas pela KPMG quaisquer indícios sobre potenciais perdas associadas às irregularidades identificadas na carteira de crédito do BESA”, lê-se no relatório da participação à CNSA. Só no primeiro trimestre de 2014 é que a KPMG reconhece um valor significativo de imparidades.