Luanda - Sindicato diz que trabalhadores foram desestabilizados pelo procurador-geral da República, João Maria de Sousa, e mantém intenção de convocar uma paralisação.

Fonte: Lusa

A greve anunciada pelos funcionários do Ministério Público para segunda-feira foi suspensa, com o secretário-geral do sindicato a acusar o procurador-geral da República, João Maria de Sousa, de “desestabilizar” os funcionários.


Os funcionários da Procuradoria-Geral da República (PGR) marcaram a paralisação para 17 de Abril para reivindicar melhores condições de trabalho, como o aumento salarial, promoção e reconversão de categorias e subsídios de risco, pontos que constam de um caderno reivindicativo remetido em 2014 à entidade patronal.


Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Técnicos de Justiça e Administrativos da Procuradoria-Geral da República, Elias Pinto, afirmou que na reunião realizada na quinta-feira com João Maria de Sousa e outros procuradores, os representantes dos trabalhadores foram “diabolizados” pelo responsável do Ministério Público, a propósito da greve que deveria iniciar-se na segunda-feira.


“Esta greve não vai sair porque todo mundo foi diabolizado. As províncias estavam atentas que a greve saísse no dia aprazado, mas não vai sair porque o procurador usou os seus lóbis dentro do grupo, desestabilizou o grupo para defender a instituição”, acusou.


O sindicalista, que disse ter abandonado a reunião de quinta-feira surpreso pela postura manifestada pelos seus colegas sindicais, “que iam concordando” com o procurador, referiu que, apesar da suspensão desta greve, prevalece a intenção de convocar uma paralisação entre 27 de Abril e 5 de Maio.


“Pode sair caso não se veja tudo o que ele prometeu ontem [quinta-feira]. Estamos há anos nesta condição e não acredito que a situação seja resolvida no prazo de cinco dias”, referiu.


A PGR considerou como ilegal a greve convocada pelo sindicato de trabalhadores do Ministério Público, mas admitiu que as preocupações levantadas existem e que as soluções dependem do governo.