Lisboa – A UNITA apresentou, há poucos meses, e sem alarido, a candidatura do advogado e professor Universitário de Cabinda, Francisco Luemba para integrar o Conselho Superior da Magistratura Judicial, nos termos da disposições do artigo 163, 184, 166, todos da Constituição da República de Angola.
Fonte: Club-k.net
Proposta teria irritado o regime
A proposta da UNITA, terá inicialmente irritado o regime angolano que havia sugerido o maior partido da oposição a rever a sua escolha sob alegação de que Francisco Luemba ser uma figura que fora o advogado do activista José Marcos Mavungo, que fora condenado sob acusação de pretender realizar um “golpe de Estado” contra o Presidente José Eduardo dos Santos.
Luemba já foi também preso pelas autoridades angolanas, em Janeiro de 2010, no seguimento de falsas acusações de que era o mentor do ataque armado contra a seleção de futebol do Togo, na província de Cabinda.
Tendo a UNITA resistido a oposição do regime, o advogado Francisco Luemba acabou vendo o seu nome aceite como vogal e aprovado através da resolução Resolução n.º 53/16 da Assembleia Nacional, datada de 13 de Dezembro de 2016.
Do referido Conselho Superior da Magistratura Judicial fazem parte 19 vogais: 2 são indicados pelo Presidente da República, 5 são eleitos pela Assembleia Nacional mediante candidaturas apresentadas pelos partidos políticos com algum peso na representação parlamentar, o que faz com que apenas o MPLA e a UNITA tenham actualmente esse direito.
Os restantes 12 são juízes das diferentes categorias eleitos pelos respectivos pares: 1 Juiz-Conselheiro do Tribunal Supremo, 10 juízes de direito e 2 juízes municipais. Assim chega-se a 20 vogais.
De recordar que esta não é a primeira vez que a UNITA, indica para órgãos da justiça, figuras que não são seu militantes. A quando da constituição do Tribunal Constitucional teria indicado a renomada advogava Maria da Imaculada Lourenço da Conceição Melo “Mila”, para integrar este órgão como juíza conselheira. Os restantes foram escolhas do PR, Dos Santos, do MPLA, do CSMJ e um por concurso publico, conforme manda a lei.