Lisboa - O ministro conselheiro e encarregado de negócios da Embaixada da Venezuela em Angola, Jesús Alberto Garcia, anunciou, recentemente, existir uma proposta de se transmitir no (nosso) país um noticiário em português do que se passa na Venezuela e na América Latina, através de um canal denominado "Tele-Sul".


O diplomata sul-americano fez este anúncio em entrevista exclusiva à Angop, realçando que se pretende também a transmissão do noticiário de Angola para toda América do Sul, através da Televisão Pública de Angola (TPA). Esse assunto, disse, (já) foi debatido numa recente reunião que manteve em Luanda com o vice-ministro da Comunicação Social, Manuel Miguel de Carvalho (Wadijimbi), tendo no mesmo encontro sido discutido também a necessidade de intercâmbio de cooperação nesse sector.

O projecto (caso venha a conhecer a luz do dia) vai, quanto a mim, encurtar a distância entre Angola, Venezuela e, de um modo geral, com a América do Sul. Dito de outro modo: Luanda, Caracas e o resto do continente sul-americano estarão à distância da ligeireza do click de um televisor no que à informação diz respeito.

A proposta apresentada por Jesús Alberto Garcia (não) é, digo eu, bem-vinda. (Não) Acho bem que Angola, a Venezuela e, por arrasto, o resto da América do Sul, troquem informações de interesse público para fazer o nosso país regredir (mais) politicamente.

Se o pelouro liderado pelo ministro Manuel Rabelais caucionar a referida proposta de cooperação, teremos a oportunidade soberana de aprender como é que, em pleno século XXI, um país se afasta da democracia como o diabo foge da cruz.

Através do projecto “Tele-Sul”, vamos ficar a saber como se consolida, ao arrepio da vontade de todo um povo, um regime totalitário.
Caso o projecto “Tele-Sul” saia do papel, ficaremos a saber como é que um povo é coagido a caucionar a possibilidade de se reeleger ilimitadamente um presidente.

O “Tele-Sul” poderá mostrar-nos como se expulsam embaixadores e dirigentes da Human Right Watch da Venezuela com um pontapé na «bunda».

Serão, enfim, lições a partir das quais alguns (mas quase todos) políticos angolanos poderão aprimorar conhecimentos de como se reduzem as liberdades públicas, a liberdade de imprensa, de mercado, e de tudo sobre o que se baseia a cultura democrática.

E será que isso convém ao povo angolano? Quem souber a resposta...

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Fonte: NL